Isolamento
Hoje que vivo em triste isolamento,
Longe da luz, do mundo e da alegria,
Sinto invadir minh’alma, dia a dia,
O mais terrivel e cruel tormento.
Não tenho um só instante, um só momento,
Alguem que me consóle e me sorria
Que me disfarce a dor que me crucia
E que me traga allivio ao soffrimento.
Um conforto procuro quasi em vão,
Encontrarei, porem, no coração
De quem sempre conservo na lembrança?
Não sei, mas como o naufrago sem guia,
Nos momentos supremos da agonia,
Illumina-me o facho da esperança!
Porto Alegre,15-4-1913.
Publicado no Jornal A RUA, São Sepé,
Hoje que vivo em triste isolamento,
Longe da luz, do mundo e da alegria,
Sinto invadir minh’alma, dia a dia,
O mais terrivel e cruel tormento.
Não tenho um só instante, um só momento,
Alguem que me consóle e me sorria
Que me disfarce a dor que me crucia
E que me traga allivio ao soffrimento.
Um conforto procuro quasi em vão,
Encontrarei, porem, no coração
De quem sempre conservo na lembrança?
Não sei, mas como o naufrago sem guia,
Nos momentos supremos da agonia,
Illumina-me o facho da esperança!
Porto Alegre,15-4-1913.
Publicado no Jornal A RUA, São Sepé,
de 21 junho de 1913.
***
Um Beijo
No teu formoso rosto nacarado
Era, querida, todo o meu desejo
Depor um doce e prolongado beijo,
Beijo sincero, ardente e enamorado.
E porque não vou dal-o, anjo adorado?
Tens acaso receio, medo ou pejo?
Não! Aproveite pois o doce ensejo
E vou depol-o, sim? ... Bravo, apoiado!...
Que prazer e ventura sinto agora!
Quanto amor, quanta chamma me devora
As fibras de meu peito e o coração!
E que instante feliz! Que gozo extremo
Eu achei neste beijo bom, supremo,
Neste beijo de lavas de vulcão!
Santa Maria, 17-6-1906.
Publicado no Jornal A PRIMAVERA,
Um Beijo
No teu formoso rosto nacarado
Era, querida, todo o meu desejo
Depor um doce e prolongado beijo,
Beijo sincero, ardente e enamorado.
E porque não vou dal-o, anjo adorado?
Tens acaso receio, medo ou pejo?
Não! Aproveite pois o doce ensejo
E vou depol-o, sim? ... Bravo, apoiado!...
Que prazer e ventura sinto agora!
Quanto amor, quanta chamma me devora
As fibras de meu peito e o coração!
E que instante feliz! Que gozo extremo
Eu achei neste beijo bom, supremo,
Neste beijo de lavas de vulcão!
Santa Maria, 17-6-1906.
Publicado no Jornal A PRIMAVERA,
de-3 de março de 1912, nº 20.
***
Mãe
Mãe, misto de bondade, de ternura,
E de carinho tanto,
Complexo de meiguice e de candura,
De amor e doce encanto
Mãe, meiga colibri que tece o ninho
Avelludado e quente
Para nelle depôr o seu filinho
Tão lindo e sorridente.
Mãe, carinhoso ser que nos ampára
Nos braços, a sorrir,
Anjo que nos quer e luz que nos aclára
A estrada do porvir.
Mãe, creatura sublime que nos ama
E que nos dá guarida,
Vaso que em nossos corações derrama
O balsamo da vida.
Mãe, fonte de ventura e eterno amor,
Nossa arma e nosso escudo.
Divindade aureolada de fulgor,
Tu és o excelso tudo!
Santa Maria 10-09-1909;
Mãe
Mãe, misto de bondade, de ternura,
E de carinho tanto,
Complexo de meiguice e de candura,
De amor e doce encanto
Mãe, meiga colibri que tece o ninho
Avelludado e quente
Para nelle depôr o seu filinho
Tão lindo e sorridente.
Mãe, carinhoso ser que nos ampára
Nos braços, a sorrir,
Anjo que nos quer e luz que nos aclára
A estrada do porvir.
Mãe, creatura sublime que nos ama
E que nos dá guarida,
Vaso que em nossos corações derrama
O balsamo da vida.
Mãe, fonte de ventura e eterno amor,
Nossa arma e nosso escudo.
Divindade aureolada de fulgor,
Tu és o excelso tudo!
Santa Maria 10-09-1909;
Publicado no Jornal A RUA, São Sepé/RS
de 20 agosto de 1913-n.19
***
Teu Perfil
São fios sedosos teu cabello lindo,
São duas estrellas teus brilhantes olhos,
Das que semeiam este espaço infindo,
Como é semeado todo mar d ‘escolhos!
Esses teus lábios que seduzem tanto,
A quaes primicias comparal-os-ei?
Creio e confesso que só o nome - Santo,
E delles propio que no mundo achei!
Parecem feitos para um beijo ardente
Tuas roseas faces que mimosas são,
E nesse peito vero amor fremente
Guardas no fundo de teu coração!
Vejo mais inda que feliz,
‘S tará minh’alma si não canto em vão!
Santa Maria, 1908.
Tuas roseas faces que mimosas são,
E nesse peito vero amor fremente
Guardas no fundo de teu coração!
Vejo mais inda que feliz,
‘S tará minh’alma si não canto em vão!
Santa Maria, 1908.
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