sábado, 23 de agosto de 2008

Poesias de Mário Brasil


15 de Novembro

Foi nesta excelsa data que desfeito
O jogo foi da monarchia: inglória
P’ra um povo forte, valoroso e affeito
A’ lida, às grandes luctas e à victória!

Os nomes dos heróes do magno feito
Refulgirão no mármore da história,
Com luz divina, com soberbo aspeito,
P’ra nossa verdadeira e eterna glória.

Salve! oh bendita terra brasileira,
Oh mãe dilecta de preclaros filhos
É entre todas da América a primeira!

Terra onde medram atos de heroismo,
Berço querido que embalou Castilhos
O pontífice pátrio do civismo!

Santa Maria, 15-11-1909.
***

Luz!

Quanta luz há que brilha pelo espaço,
Derramada dos séos que se balançam
Nas alturas que os homens não alcançam,
Mas que a vista domina a cada passo!

Quanto brilho e fulgor que deixam traço
Dos sentimentos multiplos que dançam
Em nossos corações que não descançam,
Presos da vida ao delicado laço!

Toda essa luz é bella e encantadora
Porque foi feita pela redemptora
Mão desse Deus eterno e poderoso

Que o homem, reverente, adora e crê.
Porém, mais luz dimana do radioso
Invento humano: o fulgido A, B, C!
Santa Maria, 9-12-1909.