sábado, 23 de agosto de 2008

Poesias de Mário Brasil


15 de Novembro

Foi nesta excelsa data que desfeito
O jogo foi da monarchia: inglória
P’ra um povo forte, valoroso e affeito
A’ lida, às grandes luctas e à victória!

Os nomes dos heróes do magno feito
Refulgirão no mármore da história,
Com luz divina, com soberbo aspeito,
P’ra nossa verdadeira e eterna glória.

Salve! oh bendita terra brasileira,
Oh mãe dilecta de preclaros filhos
É entre todas da América a primeira!

Terra onde medram atos de heroismo,
Berço querido que embalou Castilhos
O pontífice pátrio do civismo!

Santa Maria, 15-11-1909.
***

Luz!

Quanta luz há que brilha pelo espaço,
Derramada dos séos que se balançam
Nas alturas que os homens não alcançam,
Mas que a vista domina a cada passo!

Quanto brilho e fulgor que deixam traço
Dos sentimentos multiplos que dançam
Em nossos corações que não descançam,
Presos da vida ao delicado laço!

Toda essa luz é bella e encantadora
Porque foi feita pela redemptora
Mão desse Deus eterno e poderoso

Que o homem, reverente, adora e crê.
Porém, mais luz dimana do radioso
Invento humano: o fulgido A, B, C!
Santa Maria, 9-12-1909.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Ernesto de Souza Leal, meu quarto-avô

Ernesto de Souza Leal, meu quarto-avô

autoria de Diego de Leão Pufal

[acréscimos, dúvidas e correções escreva para diegopufal@gmail.com]
[Esta publicação pode ser utilizada pelo(a) interessado(a), desde que citada a fonte: PUFAL, Diego de Leão. Ernesto de Souza Leal, meu quarto-avô)in blog Antigualhas, histórias e genealogia, disponível em http://pufal.blogspot.com.br/] 
[publicado em 18/08/2008]
[atualizado em 28/06/2022]


    Ernesto de Souza Leal nasceu a 10 de julho de 1834 em Triunfo/RS, onde foi batizado a 11 de setembro do mesmo ano, tendo como padrinhos o vigário Francisco de Paula Baptista e D. Ana Gomes de Almeida. Ernesto era filho de Francisco de Souza Leal (*19-11-1794 na freguesia de Nossa Senhora da Victória, Porto, Portugal e +22-03-1856 em Porto Alegre/RS) e de Robéria Maria Rafaela (*27-05-1794 em Rio Grande e +08-12-1840, Porto Alegre).
    O pai de Ernesto, Francisco de Souza Leal, emigrou para o Brasil por volta do ano de 1810-1813 estabelecendo-se no Rio de Janeiro, onde permaneceu por dois anos, vindo depois para o Rio Grande do Sul, onde se radicou. Aqui desempenhou vários cargos públicos, como partidor de órfãos em Porto Alegre, Juiz de Paz e Juiz de Órfãos em Triunfo. Nesta cidade conheceu sua primeira esposa, Robéria Maria Rafaela, com quem casou em 1817, a qual era filha de Rafael Alves de Oliveira e Reginalda Maria de Jesus, ambos paranaenses e descendentes das primeiras famílias fundadoras de Curitiba. Após a morte de Robéria, em 1840, Franciscou casou-se em segundas núpcias com Angélica Josefa (ou Francisca) da Silva. De seus dois casamentos houve doze filhos, dos quais descendem as famílias "Souza Leal", "Barbosa Leal", "Silveira de Campos", "Coelho Netto", de Leão e outras.
Evidentemente que Francisco de Souza Leal era bem letrado, conforme se deprende dos próprios cargos públicos exercidos, assim como dos vários documentos que escreveu existentes nos Arquivos Público e Histórico do RS. Talvez tenha sido o próprio Francisco quem ensinou as primeiras letras ao filho Ernesto, que seguiu a profissão de professor público em várias cidades do Rio Grande do Sul. Sabe-se que começou a lecionar pelo ano de 1860/1861 em Osório, mudando-se depois - em 1873 - para Ivoti (na época Bom Jardim) e, após (1886), para Santa Maria do Butía e São Leopoldo.
fotografia do Prof. Ernesto de Souza Leal, 
de 1895-1903, cedida pela 
Sra. Maria Jecy Allgayer da Silva, 
neta de Ernesto, e restaurada 
por Milena Gomes de Campos.

Franceses no RS: Jean Charles Pompée Demoly, biografia e descendência


Jean-Charles Pompée Demoly: 
um francês no Rio Grande do Sul
autoria de Diego de Leão Pufal
[publicado em 18/08/2008] 
[atualizado em 28/6/2022]

A biografia que se segue pode ser considerada uma síntese daquela apresentada no encontro Raízes de Taquara, em 2008, que foi publicada no “Raízes de Taquara”, volume I (EST: Porto Alegre, 2008), acrescida de novas informações de lá então pesquisadas. Aqui apenas serão citados os principais fatos da vida de Jean Charles Pompée Demoly e um pouco de sua descendência, que engloba algumas famílias, dentre elas: os Souza Leal, os Kruse, Krieger, Coelho Netto, de Leão, Allgayer e outras.
***
Jean-Charles Pompée Demoly (no Brasil: Carlos Pompeu Demoly) nasceu a 23 de outubro de 1807 na ilha atlântica d’Yeu, no Departamento de Vendée, Pays de la Loire, França. Jean Demoly, seu pai, fez a Revolução Francesa, tendo chegado ao cargo de capitão de campo em razão de seus feitos e méritos. Sob as idéias iluministas do final do século XVIII que dominavam o povo francês – e que mais tarde serviriam de base para mudanças sensíveis e significativas em várias nações ocidentais – nasceu e foi criado Jean-Charles. Evidentemente, suas primeiras letras foram carregadas com a essência das idéias liberais e com as “luzes” deste tão importante momento histórico, sem olvidar de que tinha em casa o exemplo vivo da Revolução. De presumir, portanto, que a personalidade de Jean-Charles fosse voltada aos fins revolucionários, o que explicaria uma série de fatos e histórias de sua vida, tais como: o nome de seu brigue Berangér, o suposto auxílio que prestou aos rebeldes farroupilhas, a sua pouca proximidade com as instituições, notadamente com a igreja católica, bem como o seu forte empenho e auxílio ao progresso da região sul do Brasil, como se verá.
O capitão Jean Demoly (pai de Jean-Charles) nasceu em 27 de novembro de 1770 em Sellières du Jura, Franche-Comté e faleceu a 29 de outubro de 1822 na ilha d’Yeu, Vendée, Pays de la Loire, onde também casou a 19 de junho de 1804 com Marie Rose Aurore Moizeau, ali nascida em 14 de outubro de 1776 e falecida a 29 de março de 1854, tendo sido sepultada no cemitério de Port Joinville.
Após a morte de seu genitor, em 1826, Jean-Charles quando contava dezenove anos, com o espírito aventureiro e sabedor do ofício de seu avô materno – o capitão de navios Luc Moizeau, que chegou a ser prefeito da ilha d’Yeu –, ingressou na Marinha Mercante Francesa, tornando-se após cinco anos capitão de navios de longo curso. Na sua ficha funcional de aprendiz da marinha da ilha d’Yeu foi assim qualificado: cabelos castanhos, boca pequena, queixo pontiagudo, rosto oval, altura: 1m e 62cm, olhos castanho-avermelhados e testa estreita. Este período de cinco anos na Marinha propiciou a Demoly, além de sua formação como capitão de navios, noções nas áreas de agrimensura e engenharia náutica, sem olvidar do conhecimento das rotas marítimas, o que lhe permitiria explorações futuras pelos mares mundo afora.
Anos depois, Jean-Charles decidiu deixar sua terra natal por ter sido convidado pelo Governo Imperial Brasileiro[1] para planejar e executar a feitura de determinado porto na então Província de São Paulo e construir embarcações. Foi assim que, entre os anos de 1837 a 1839, Jean-Charles partiu da França com destino ao Brasil, no navio Louis Philippe I – dizem: passando pelas Ilhas dos Açores –, desembarcado em São Paulo, onde, ao que tudo indica, demorou algum tempo, realizando os trabalhos que lhe foram confiados, época em que também planejou e construiu sua própria embarcação, denominada le Brick Béranger ou le Brigantine Béranger, a qual proporcionou suas andanças pelo Brasil, para, enfim, chegar ao Rio Grande do Sul. Por volta de 1839, período da eclosão da Revolução Farroupilha (1835-1845), Jean-Charles chegou ao Estado sulista, estabelecendo-se em Porto Alegre.
Aproveitando-se da situação bélica vigente, o capitão Demoly que manteve neutralidade conveniente, à medida que alugava sua embarcação àqueles que o pagassem mais, não poupou sua tripulação e seu Brigue, movimentando-se constantemente pela América do Sul e Europa, transportando tropas farroupilhas, rebeldes e imperiais. Jean-Charles e seu brigue percorreram longas distâncias, saindo de Porto Alegre com rumo à França, passando pelo Rio de Janeiro, Maranhão, Bahia, Rio da Prata, dentre outros locais, inclusive durante a Revolução Farroupilha. Neste mesmo sentido, as pesquisas indicam que o Capitão Demoly vivia literalmente em sua embarcação, movimentando-se ao longo de toda a costa brasileira, notadamente pelo litoral gaúcho e catarinense e, também, pelo interior do Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina e Europa, incluindo aí o seu país natal. Idas e vindas que lhe proporcionaram profundos conhecimentos das águas sul-riograndenses, possibilitando anos depois o desenvolvimento de estudos hidrográficos, topográficos e de engenharia, tarefas contratadas pelo Presidente da Província do Rio Grande do Sul.
Com o fim da revolta, em 1845, Demoly continuou com os “serviços de transporte” e andanças pelo Brasil, como se pode constatar de uma certidão[2] passada pelo Vice-cônsul da França em Porto Alegre em 1°/10/1845, permitindo que Carlos Pompeu Demoly, com seu Brigue Beranger, seguisse viagem para Santa Catarina, sem qualquer impedimento, bem como por três passaportes[3], expedidos pela polícia em seu favor (em nome de Carlos Pompeu Demoli), a fim de que, como estrangeiro, pudesse transitar livremente pelo Estado. Estes salvo-condutos foram passados em Porto Alegre entre 1846-1848, autorizando Jean a transitar pelo Estado, nos quais foi assim qualificado: 37 anos, altura regular, rosto cumprido, cabelos castanhos, olhos pardos, nariz regular, cor branca, barba cerrada; 38 anos, altura regular, rosto cumprido, cabelos grisalhos, olhos azuis, boca regular, cor branca, barba cerrada; 40 anos, altura regular, rosto cumprido, cabelos anelados, olhos azuis, nariz e boca regulares e barba cerrada.
Nesse ínterim, Jean-Charles conheceu em Taquari sua futura companheira, Felisbina Antônia da Costa, com quem viveu maritalmente anos a fio, sem casar-se, o que ocorreu apenas no ano de 1865 em São Leopoldo. 
Felisbina Antônia da Costa nasceu a 28 de julho de 1825 em Taquari, onde foi batizada a 26 de setembro do mesmo ano, sendo filha de Antônio Inácio da Costa, de Magé, Rio de Janeiro, e de Ana Teresa de Jesus, açoriana da ilha do Faial, neta paterna de João Inácio da Costa e Catarina Antônia de Santa Rita, também faialenses, e, materna, de Antônio José Ferreira e Teresa da Trindade, de mesma origem, e moradores em Porto Alegre já no ano de 1811.
De Taquari o casal passou para Porto Alegre, onde ele há muito fixara residência.
O primeiro filho do casal, único varão e que passou o patronímico Demoly até os dias atuais, levou o nome do pai – João Carlos Pompeu – e nasceu a 18/07/1850 em Porto Alegre, onde batizado a 10/12/1850 na igreja do Rosário. A segunda filha nasceu a 06/05/1856 e levou o nome de Maria Isabel, em homenagem à madrinha, Maria Isabel do Valle Caldre e Fião, esposa do Dr. José Antônio do Valle Caldre e Fião, também padrinho, tendo sido batizada a 28/05/1866 na igreja das Dores. A terceira filha, Rosa, nasceu a 06/05/1859 e foi batizada a 21/05/1860 em Porto Alegre, levando o nome da avó paterna. A quarta e última filha, Maria Estella, levou os nomes da avó e da tia paterna e deve ter nascido entre os anos de 1860 a 1861 em Porto Alegre ou São Leopoldo, isto porque não foi possível encontrar o seu batismo.
Em setembro de 1856, Jean-Charles, já como engenheiro, foi contratado pelo Governo Imperial para examinar os trabalhos que estavam sendo feitos e os que deveriam sê-lo para remover quaisquer desembaraços a impedir a navegação no rio Vacacaí, ou seja, para que analisasse a condição de navegabilidade de dito rio e afluentes. Demoly, após cumprir a tarefa, apresentou relatório ao Presidente da Província em 1858, no qual referiu, em síntese, a sinuosidade do Rio Vacacaí, seus pontos baixos, o nível de água durante o ano e os diversos troncos de árvores a impedir a sua navegabilidade. Mencionou ainda que nos meses de inverno, quando o rio “tem mais água”, de vinte e tantos lanchões que entraram na barra do Vacacaí, somente nove chegaram a São Gabriel, tendo alguns deles deixado as cargas na entrada do Arroio Arenal, no porto da Tronqueira, abaixo da Cachoeira do Baptista, lugares de descarga muito freqüentados nos invernos. Relatou que as árvores derrubadas nas margens do rio já anunciavam nova vegetação, sobretudo através do banhado de São Gabriel, bem como alguns varadouros na parte superior de dito rio. Que os trabalhos de encurtamento seriam felizmente insólitos pois que a largura de vinte palmas era muito pequena para qualquer espécie de navegação que ali se fizesse, e que todo o trabalho que tinha feito estava muito longe de ser suficiente, porque a maior parte dos troncos das árvores se achava ainda enterrada em todos os lados do rio, cujas pontas ameaçavam perigo. Por fim, após mencionar todas as dificuldades, concluiu que acaso o Presidente da Província “a todo custo” quisesse tratar daquela navegação, explicaria os serviços a serem realizados, evitando-se a destruição de uma cachoeira, acrescentando-lhe uma represa a ser feita em dois ou três pontos do arroio, bem como outros melhoramentos que poderiam facilitar a navegação de lanchões.
Submetido o relatório ao Cap. Carlos Resin, este concordou com todas as considerações de Demoly, opinando pela continuidade da exploração, por ser de grande valia.
Dando seguimento aos estudos, ao engenheiro Demoly foi solicitado que procedesse ao reconhecimento dos rios, lagos, lagoas e mares da região de Osório a Santo Antônio da Patrulha, incluindo Torres, além de tarefas de nivelamento no Morro do Forno e de canalização da Lagoa de Itapeva, objetivando unir Porto Alegre a Laguna por via hídrica, trabalho que perdurou até o ano de 1860, conforme referido pelo Dr. Ruy Ruben Ruschel[4] que, com muita propriedade, escreveu:
“Entre 1856 a 1861, ele (Jean Charles Pompée Demoly) percorreu toda a área de Conceição do Arroio, ou seja, o litoral nordeste da Província, fazendo meticulosos levantamentos e observações. No começo trabalhou sob as ordens do Maj. José Maria Pereira de Campos, citado no item anterior como um dos avaliadores das necessidades paroquiais. Nesse período, parece que Démoly chegou a fixar sua residência em Torres, durante certo tempo, possivelmente com sua mulher, a taquariense Felisbina Antônia da Costa, e seu filhinho João Carlos. A importância dos cuidadosos nivelamentos que ele realizava é que se destinavam a um grande projeto de canalização com que se pretendia unir, por via hídrica, Porto Alegre a Laguna. Tratava-se de aproveitar as lagoas desse Litoral, ligando-as entre si, conforme sugestão datada de 80 anos antes, oferecida em 1775 pelo Mal. Diogo Fuck (o implantador do forte São Diogo das Torres, já referido: ‘Porque o trabalho de comunicar estas águas umas às outras não é grande, por serem as separações pequenas; em algumas partes não precisa mais que limpar e tirar fora as verduras e abrir pequenas canaletas nos pântanos que se acham entre as ditas lagoas, e não é necessário mais largura que as de duas canoas ou pequeno barco’. Aliás, em 1821, o técnico português José Pedro César havia elaborado um projeto no mesmo sentido da proposta do Mal. Funck. Mediante ligações do rio Capivari (no Sul) e Mampituba (no Norte), previu a possibilidade de navegação contínua desde Porto Alegre até Araranguá, pelo menos. Um dos trabalhos de Démoly consistia em apurar a viabilidade de um canal trafegável unindo o Arroio das Pacas à Lagoa da Itapeva. Se esse canal fosse aberto, fácil seria transferirem-se os barcos da Lagoa da Itapeva para a Lagoa do Morro do Forno, e daí, através do Rio Monteiro, ao Mampituba. Assim estariam interligados o sistema lacustre gaúcho (de Tramandaí até Itapeva) e o catarinense (Lagoas do Sombrio, Caverá, dos Índios, etc) até Araranguá. Por esse motivo, outro dos seus estudos foi a canalização do próprio Mampituba. Durante os trabalhos técnicos, Démoly encontrou suas dificuldades: a ambição de alguns colonos que se haviam apropriado das terras devolutas por onde passaria o canal[5] e a excessiva inconsistência do solo no Banhado das Pacas, às margens da Lagoa da Itapeva. Contudo, isso não impediu que ele assinalasse no mapa a seguinte anotação: ‘Canal projetado e de fácil execução’. Os trabalhos de Démoly entusiasmaram o Presidente da Província, Joaquim Antão Fernandes Leão. Em 12-06-1890, encarregou o 1º Tem. José Nolasco Pereira da Cunha de completar os estudos a respeito. Na verdade, o ambicioso projeto de ligação dos dois sistemas lacustres acabou não se concretizando. Ainda em 1887 surgiu outro, do engenheiro Eduardo José de Morais, com o nome de ‘Canal Príncipe D. Afonso’ (...), pretendendo ligar Porto Alegre a Laguna, mas também sem ultimação. Se algum desses planos tivesse tido êxito, os destinos do Rio Grande do Sul e particularmente de Torres teriam se alterado profundamente.”
Há considerável documentação dos trabalhos desenvolvidos por Demoly, tanto no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e Biblioteca Nacional, como nos Relatórios da Presidência da Província do Rio Grande do Sul, bem assim nas ricas referências trazidas por Abeillard Barreto[6], que assim sintetizou as atividades do francês pelo Brasil:
“DEMOLY (Charles-Pompée). N. na França, de cuja marinha era capitão, veio antes de 1850 para o RGS, onde casou com Felisbina Antônia da Costa, natural de Taquari, ele filho do coronel Jean Demoly e Rose Moizeau Demoly, ela de Antônio Ignácio da Costa e de Anna Thereza de Jesus. Do casal houve, pelo menos, dois filhos: João Carlos Pompeu Demoly, nascido em 18-5-1850 (Rosário, Porto Alegre, 1° 4, fl. 124) ou em 25-7-1850 (ibidem, lv. 3, fl. 153) e Rosa, nascida a 6-5-1859 (Rosário, id. lv. 3, fl. 153). O primogênito, já falecido o pai, casou com Florisbela Damasceno, filha de Porfírio José Damasceno e de Carolina Josefa Damasceno, todos naturais do RGS, a 3-7-1875, em S. Leopoldo, dela havendo Maria Isabel, nascida a 17-8-1881 e batizada em Porto Alegre (Rosário, lv. 13, fls. 67v) a 13-12-1881 (...). Cfe. registro de estrangeiros (ANRJ, 415-3-37) a 27-10-1839 aportou ao Rio de Janeiro o brigue francês ‘Beranger’, cujo Mestre era Demoly (sem prenome), provavelmente o ‘oficial de marinha’ (mercante) a que se refere a informação do padre Neis. Nome completo: Jean-Charles-Pompée Demoly.
1859a – Relatório apresentado à S. Ex. o Sr. Presidente da província de S. Pedro do Sul sobre os diversos trabalhos preparatórios de canalização e operações de nivelamento, executados no districto da Conceição do Arroio, nos mezes de março à outubro de 1859. Tradução. Porto Alegre, 20 de outubro de 1859. (ass.) Carlos Pompeo Demoly, 2 pgs.
1859b – Relatório apresentado a S. Ex. o sr. Presidente da Província de S. Pedro do Sul sobre os trabalhos de reconhecimento do território do Morro do Forno. Tradução. Porto Alegre, 20 de outubro de 1859. (ass.) Carlos Pompeo Demoly. 1pg. Constam como anexos ao ‘Relatório apresentado à Assembléia Provincial de S. Pedro do Rio Grande do Sul na 2ª sessão da 8ª legislatura pelo Conselheiro Joaquim Antão Fernandes Leão. Porto Alegre, ‘Correio do Sul’, 1859. O primeiro foi reproduzido como apêndice G, in ‘Obras do Porto e Barra do Rio Grande do Sul. Volume III. Histórico’, Porto Alegre, ‘A Federação’, 1924, pp. 181-185. Cremos que os primeiros trabalhos executados por Demoly no RGS foram os estudos de navegabilidade do Vacacaí, em setembro de 1858, e do Jacuí no trecho entre Santo-Amaro e Rio Pardo, em novembro do mesmo ano. Acreditamos haver relatórios desses serviços, mas não os encontramos.
(c. 1860) – (Colônia de S. Pedro d’Alcantara). Por Charles Pompée Demoly. Original mss. Colorido. (...) –
Pela costa vai desde a barra do Mampituba até quase a extremidade sul da lagoa de Itapeva. A oeste alcança até o morro do Forno.
1861 – Rapport sur divers travaux préparatoires de canalisation du fleuve Mampituba, reconaissance de sés affluentes et autres travaux exécutés dans le district de la Conceição do Arroio. Citado por Pieter Caland, 1890, que não dá a autoria, mas menciona a data de setembro de 1861, o que identifica o autor, juntamente com o idioma em que foi escrito o relatório e o local a que se refere.
1862 – Carta topographica de uma parte da Província do Rio Grande do Sul, limitada ao N. pela Serra Geral e Rio Gravatahy, a E. pelo Oceano, a S. pelas Lagoas da Porteira e dos Patos e a O. por esta e Rio Guayba. Com a discripção hydrographica de todas as lagoas comprehendidas nesta zona, a Estrada geral q. de Porto Alegre vai a Laguna com os lugares dos Postos que se estabelecerão e outras estradas que com esta se communicão. Levantada e coordenada em 1857 e 1858, sob a direcção do Major J. M. Pereira de Campos pelos Coadjuvadores C. Pompée Demoly e Cap. D. Francisco Cardoso. Porto Alegre, 1862. Mss., colorida. Arquivo Nacional, Rio de Janeiro 776.6 – 1M. O nome completo de quem dirigiu o levantamento é José Maria Pereira de Campos, brasileiro. Os trabalhos topográficos de todo o nordeste, entre Torres e o extremo setentrional da lagoa dos Patos, foram feitos por Demoly. É uma planta minuciosissima, em que aparecem mais de cinqüenta lagoas pelo litoral, todas com os respectivos contornos e denominações, superando em muito o levantamento idêntico de José Pedro César, quarenta anos antes. Também a zona entre Santo Antônio da Patrulha e a margem do Guaíba vem representada com grande minúcia topográfica e toponímica.
1888 – Rios, arroios, lagoas, sangradouros e banhados explorados de 1856 a 1858 no município de Conceição do Arroio (Osório) na província do Rio Grande do Sul, no trabalho de Henrique Schütel Ambauer, 1888, pgs. 50-57. – Está datado da freguezia das Torres, 1° de outubro de 1861. Contratado como engenheiro em 1855 Demoly foi demitido em março de 1860. Seu arquivo, segundo Ambauer, seria grande e valioso. Pieter Caland, 1890, menciona este trabalho com o título em francês, sedo provável que tenha tido em mãos, nesse idioma, a versão original: ‘Rivières, ruisseaux, étangs, canaux de déversement et marais explorés de 1856 à 1858 dans le municipe de la Conceição do Arroio, province de Rio Grande, par Charles Pompée Demoly’.”
Os relatórios das atividades desenvolvidas por Demoly, principalmente as incursões feitas no litoral, denotam, além do seu considerável grau de instrução – tanto em razão da desenhada caligrafia, como de sua assinatura e os rebuscados termos que utilizava –, as dificuldades enfrentadas para a execução de seu mister. Não obstante, Jean conseguiu levar a efeito o mapeamento dos rios, lagos e lagoas do território original de Santo Antônio da Patrulha – tendo, ao que parece, publicado um trabalho nesse sentido (Rivières, ruisseaux, étangs, canaux de déversement et marais explorés de 1856 à 1858 dans le municipe de la Conceição do Arroio, province de Rio Grande, par Charles Pompée Demoly), o qual não foi possível encontrar, sem prejuízo do seu grande e valioso acervo, assim julgado por Ambauer –, com ênfase na região de Osório, bem como o levantamento topográfico da região, tudo objetivando concretizar os planos do Presidente da Província de verificar a viabilidade de um canal trafegável unindo o Arroio das Pacas à Lagoa da Itapeva, para, assim, interligar o sistema lacustre de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, de Tramandaí até Itapeva e daí por diante.
Com muita segurança, pode-se afirmar que os encargos propostos a Demoly não só despertaram grandes esperanças para os governos sulistas e suas populações, à vista de que seria possível escoar toda a produção de ambas as províncias via sistema hídrico, desenvolvendo-se assim as economias locais, além de representar nítida proteção estratégica de território contra eventuais ataques de estrangeiros, notadamente na ilha de Santa Catarina.
Os planos do Governo Imperial apontam uma visão um tanto quanto ousada para a época, não só por demandarem muitos estudos, mas também em razão das parcas condições de trabalho, os altos custos das obras, além de outros percalços, mas que infelizmente não chegaram a concluir-se. Tal era a importância da execução dos projetos, que os trabalhos de Demoly chegaram a ser divulgados nas Exposições Universais de Paris, de Viena e da Filadélfia, respectivamente nos anos de 1867, 1873 e 1876, cujas referências podem ser encontradas nas obras: The Empire of Brazil at the Paris International exibition of 1867 – Comissão brasileira na Exposição Universal de Paris, 1867[7]; Das Kaiserreich Brasilien auf der Weiner Weltanntelling von 1873 – Comissão Brasileira na Exposição Universal de Viena, 1873[8] e The Empire of Brazil at the Universal exibition of 1876 in Philadelphia[9], e ressurgidos anos mais tarde – em 1887 – com o eng. Eduardo José de Moraes, que além de ter dado seguimento à obra do colega Demoly, embora também não a tenha findado, mencionou as atividades de seu antecessor no livro: Grande Canal de Juncção da Laguna à Porto Alegre, ou Canal Príncipe d’Affonso[10], matéria também abordada na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro de 1888.Em 1859, Demoly requereu ao Conselheiro do Presidente da Província o pagamento de 659$000 réis, por conta de seus serviços, e para que pudesse seguir para Torres. Contudo, o Conselheiro negou, aduzindo que somente quando satisfeitos os serviços (viabilidade da canalização) lhe pagaria o restante. Com tal resposta, Demoly peticionou em 1860 ao Presidente da Província, argumentando que tinha realizado todos os trabalhos que lhe foram confiados, não lhe restando alternativa outra se não a de requerer sua demissão do emprego, cuja demissão parece ter sido aceita.
Henrique Schütel Ambauer no seu artigo intitulado “A Província do Rio Grande do Sul Descripção e Viagens”, publicado na Revista Trimestral do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no ano de 1888 (Rio de Janeiro: L. Aemmert & Cia, tomo LI – parte II, pp. 26/72), após descrever as freguesias do litoral gaúcho, Rio Grande, Estreito, Osório, Santo Antônio da Patrulha, dentre outras, menciona com relação às últimas:
pertencendo a descripção d´essa região nos importantes trabalhos hidrographicos do intelligente Francez Pompeu Demoly, mais adiante hei de transcrever os seus apontamentos, únicos e minuciosamente exactos embora publicados com o nome de outros.
Em seguida, refere:

Consigno, aqui, como prometti, os estudos do falecido C. Pompêo Demoly, sentindo não possuir outros trabalhos, que esse infatigável obreiro conseguio realizar. É sensível, que tanta dedicação não fosse premiada, máxime sabendo-se que por esses trabalhos abandonou Pompeo Demoly seus interesses, vindo occasionar a penúria na qual ficou sua família.
A illustre Sociedade de Geographia de Pariz toca adquirir os preciosos estudos de seu benemérito compatriota, gratificando sua família com um justo premio.
A região especialmente estudada por Pompeo Demoly é a que comprehende-se entre a lagôa da Porteira até a foz do Mampituba, bem que por elle foram igualmente exploradas as que se estendem até além da Laguna. As que pertecem à província do Rio-Grande do Sul acham-se situadas nos dous municípios de Santo-Antonio e Conceição do Arroio.
A grande idéia de Pompeo Demoly era a demonstração da facilidade, que haveria em pôr em directa communicação o Mampituba e o Tramandahi com a lagoa dos Patos. Essa communicação seria tanto mais fácil por isso que as lagoas communicam entre si pelos canaes naturaes, que as ligam, os quaes torna-se-iam navegáveis com pouco trabalho.”

Demoly passou ao Ambauer parte de seu trabalho, reproduzindo-o e traduzindo-a na íntegra, do qual destaco alguns pontos:
Depois de ter recebido minha demissão em março de 1860, o Sr. Conselheiro Joaquim Antão, julgou dever ignorar a conclusão da exploração das lagoas do município da Conceição do Arroio, ordenando a sua continuação e commissionando para esse fim um Sr. 1º tenente da marinha imperial; este, munido de meus relatórios, cingio-se a reproduzir alguns escriptos, em um dos quaes (o qual li) pode-se reparar, que, si soube copiar as cifras de distancia que não percorreu, exagerou certamente as profundidades, que igualmente dispensou-se de sondar pessoalmente.
Essa commisão, que parece destinada a galardoar os pretensos serviços d´esse official, serviços que, sinão em totalidade ao menos em grande parte, foram feitos só por mim, seria uma injustiça, que jamais teria recebido dos illustres predecessores do Sr. Conselheiro Joaquim Antão. Si ao menos tivessem exactamente copiado as minhas notas, teriam evitado os erros, em que podem induzir o governo imperial na execução de trabalhos que são da mais imperiosa necessidade para o município da Conceição do Arroio.
Freguezia das Torres 1 de Outubro de 1861.
C. Pompeo Demoly.
Neste mesmo tempo, pelos idos de 1860/1861, nasceu a última filha de Jean, Maria Estella, quando se supõe estivesse a família se mudando para São Leopoldo, pois em 1859 ao menos ele já estava ali residindo, quando assinou um requerimento ao Presidente da Província. Nos anos seguintes, a família passou para São Leopoldo definitivamente.
Brevemente a esse fato, já em São Leopoldo, isto é, em 14/11/1865, “Carlos Pompeo Demoulli”, já “gravemente enfermo”, decidiu regularizar sua união perante a igreja católica com Felisbina Antônia da Costa, oportunidade em que reconheceu os quatro filhos do casal. Embora ausente qualquer impedimento para que Demoly e Felisbina casassem “formalmente”, mesmo porque reconheceram os filhos ditos “ilegítimos”, tal circunstância vem explicada por sua especulada personalidade de homem “aventureiro e sonhador”, criado sob as idéias iluministas da Revolução Francesa, portanto, sem muita ligação com a igreja. Assim, as “questões da alma” ficaram em segundo plano, pois apenas importava-lhe a razão, tanto que batizou os filhos muitos anos depois de seus nascimentos e casou no leito de sua morte, talvez por insistência de sua companheira e para não deixá-la empenhada nos fins sucessórios. Com isso a corroborar a história corrente na família[11]:
“Durante a travessia, um violento temporal teria assolado o barco. A tripulação começou a rezar ante um quadro de Nossa Senhora dos Navegantes. O capitão Demoly teria dito: - `Marujos, rezar não vai resolver nosso problema, temos é de recolher as velas`. Como os marinheiros continuaram suas preces, ele teria dado um tiro no quadro. Neste momento, a borrasca teria cessado.
Ainda no ano de 1866, na pequena colônia gaulesa de Porto Alegre, alguns de seus membros, em número de trinta e três, como menciona Armindo Beux, decidiram fundar a Sociéte Française de Bienfaisance, que objetivava auxiliar mutuamente os franceses aqui domiciliados, dando-lhes inclusive assistência hospitalar e auxílios para funerais, melhorando, assim, a situação hospitalar vigente. Embora Beux informe que os livros dessa sociedade tenham desaparecido, diz que fora fundada em 1°/10/1867[12], e a aprovação dos estatutos realizada cinco dias depois, constando “Charles Pompée Demoly” como um de seus fundadores.
Menos de quatro meses depois do enlace de Demoly e Felisbina, isto é, em 12/03/1866, foi ele internado na Santa Casa de Porto Alegre, com 60 anos de idade, natural da França, de profissão agrimensor, casado, pobre, acometido de “amolecimento cerebral”[13]. Ali permaneceu durante três meses e treze dias, até vir a falecer em 24/06/1866, tendo sido seu corpo sepultado no campo santo do cemitério da dita Instituição.
A viúva e filhos continuaram a residir em São Leopoldo, como fazem ver os registros de casamentos e batismos dos seus netos, assim como de um requerimento feito por Felisbina no inventário materno em maio de 1876, solicitando alvará para que pudesse alienar os bens que lhe tocaram por morte de sua mãe, sob a justificativa de construir uma casa naquela Vila. Decorridos trinta e oito anos dessa notícia, ou seja, em 1°/03/1914, após passar por situações um tanto difíceis e constrangedoras envolvendo sua família, Felisbina veio a falecer em São Leopoldo. Suas filhas então vieram para Porto Alegre, em busca de novas oportunidades, ao passo que o filho, para Triunfo.
Após mais de duzentos anos do nascimento do capitão da Marinha Mercante Francesa, agrimensor e engenheiro, e dos (cerca) cento e oitenta anos da imigração de Jean-Charles-Pompée Demoly para o Brasil, pode-se concluir de forma convicta que esse personagem adotou o Rio Grande do Sul como sua pátria, empenhando-se ao máximo para oportunizar um melhor desenvolvimento econômico à região sul, por meio de seus estudos. Contudo, tais não chegaram a sair do papel, o que é de se lamentar, pois beneficiariam sensivelmente – em todos os aspectos – a região de Santo Antônio de Patrulha a Torres, trazendo mais prosperidade e oportunidades a esta tão importante parte do Estado.
Dos atuais descendentes de Demoly, em número aproximado de duzentas pessoas, poucos seguem – menos de cinqüenta – com o sobrenome, sendo importante, pois, que continuem a contar aos seus descendentes as aventuras e desventuras da família, até mesmo para não caírem no esquecimento.
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Descendência parcial de Jean-Charles Pompée Demoly
Apresenta-se de forma resumida a descendência de Jean Charles Pompée Demoly, até os seus netos e bisnetos, preservando-se as gerações atuais. Como referido, hoje apenas cerca de 50 pessoas levam em seus nomes o sobrenome Demoly, todos descendentes do filho João Carlos Pompeo Demoly, ao passo que os demais, das filhas Maria Isabel e Maria Estella Demoly.
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Legenda: o "F" antes do nome significa filho(a); o "N", neto(a); o "BN", bisneto(a); TN, trineto(a).
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1. Jean-Charles Pompée Demoly, *23/10/1807, Ile d’Yeu, Vendée, Pays de la Loire, França e +24/06/1866, Porto Alegre. Casou a 14/11/1865, S. Leopoldo, com Felisbina Antônia da Costa (vó Antônia), *28/06/1825, bat. 26/09, Taquari e +1°/03/1914, S. Leopoldo, com 92 anos, f.ª de Antônio Inácio da Costa (*1782, Magé/RJ, casou a 01/05/1811, Porto Alegre e +28/04/1843, Taquari, de morte repentina) e de Ana Teresa de Jesus (*1790, ilha do Faial, Açores, Portugal e +02/04/1866, Taquari, também de morte repentina, aos 79 anos). Pais de:
F.1. João Carlos Pompeu Demoly (Filho) “tio Pompeu”, *25/07/1850, P. Alegre e +09/05/1923, Triunfo. Casou quatro vezes:
Casou (I) 03/07/1875, S. Leopoldo, com Florisbela Josefa Damasceno, *1850, Vacaria, e +07/05/1884 no Rincão do Cascalho, S. Sebastião do Caí, f.ª de Porfírio José Damasceno e de Carolina Josefa Barbosa, com quem teve: Carolina, Orôncio Augusto, Olavo Carlos, Maria Isabel e Cecília Eusébia.
Com (II) Vitalina de Oliveira Nunes, *São Leopoldo ou Capela de Santana/RS. João Carlos teve: Leopoldo Theodomiro.
Casou (III) 03/09/1892, S. Leopoldo, com Maria Hilária Ferreira, *1875, S. Leopoldo ou S. Sebastião do Caí, f.ª natural de Maria Angélica Ferreira dos Passos, com quem teve: Carlos, Herculano, Alda Josefina, Álvaro Carlos, Eurico, Alzira, Emygdio.
Com (IV) Antônia Maria Francisca da Rosa, *27/02/1889, bat. 27/04, St.ª Cristina do Pinhal e +13/11/1937, General Câmara, f.ª de João Francisco da Rosa e Francisca Antônia Xavier, com quem houve: Argemiro, Maria Izabel, Dario Oswaldo, Mário, Altamiro, Anita Oswaldina, Eliezar e João Sady.
João Carlos, como referido, casou quatro vezes; a primeira com Florisbela Josefa Damasceno; a segunda com Vitalina de Oliveira Nunes; a terceira com Maria Hilária Ferreira, da qual se divorciou para viver com Antônia Maria Francisca da Rosa, sua quarta esposa. João Carlos Pompeu Demoly e esposas geraram a:
N1. Carolina Demoly (f.ª do 1º casamento), *1877, S. Leopoldo, onde +03/01/1878.
N2. Olavo Carlos Demoly, *29/07/1878, S. Leopoldo e +antes de 1923, solteiro, sem descendentes.
N3. Maria Isabel Demoly, *17/08/1881, P. Alegre, bat. 13/12/1881 e + entre 1881 e 1884.
N4. Orôncio Augusto Demoly, *22/01/1883, Capela de Santana (Azevedo/RS) e +27/06/1933, Porto Alegre. Casou 30/07/1901, São Leopoldo, com Eugênia Stumpf, *1885, S. Leopoldo, f.ª de Estevão Stumpf e Julianna Christiana Gerhardt. Apenas foi encontrada a filha adotiva: Anita da Glória Demoly, *1906 e casada em Triunfo em 1922 com Orlando Job Martins.
N5. Cecília Eusébia Demoly ou Eusébia Cecília, *24/04/1884, bat. 14/05, S. Leopoldo, onde casou 02/12/1905 com Alonso Rudolfo Dauber, *1886, S. Leopoldo, f.° de Louis Dauber e Anna Carolina Gerhardt. O casal não teve filhos, mas criaram Eurico que seguiu com o sobrenome Dauber.
Eurico Demoly
fotografia do acervo de
Maria Jecy Allgayer,
restaurada por Milena de Campos.
N6. Leopoldo Theodomiro Demoly (f.º do 2º casamento), *09/11/1885, bat. 21/02/1886, Capela de Santana, quando reconhecido por seu pai.
N7. Carlos Pinto Demoly (f.º do 3º casamento), *17/09/1894, S. Leopoldo, bat. 04/01/1895, P. Alegre. Sem mais notícias.
N8. Herculano Demoly, *30/10/1898, S. Leopoldo, onde +30/12/1898.
N9. Alda Josefina Demoly, *09/02/1900, S. Leopoldo e +entre 1900/1923, sem descendência, pois seu nome ou descendentes não figuram no inventário paterno.
N10. Álvaro Carlos Demoly, *17/02/1901, bat. 16/04, S. Leopoldo. Casou, P. Alegre, com Antônia Xavier. Citado no inventário paterno, maior, residente em Porto Alegre. Pais de: Ênnio Francisco e Noemy Xavier Demoly.
Argemiro Demoly, do
acervo de João Marcello
Demoly
N11. Emygdio Carlos Demoly, *13/04/1902, bat. 13/07, S. Leopoldo e +09/05/1972, P.Alegre. Casou com Haydee Bregatto. Pais de um filho: Ernani, que faleceu solteiro em Porto Alegre, sem filhos.
N.12. Eurico Demoly, *18/03/1903, bat. 19/07, S. Leopoldo. Faleceu solteiro, s/d.
N13. Alzira Demoly, *28/03/1906, bat. 04/09, S. Leopoldo, onde +05/09/1906.
N14. Argemiro Carlos Demoly (fº do 4º casamento), *28/06/1906, Bento Gonçalves e + depois de 1977, P. Alegre, onde casou com Maria Pedro da Silva, *Taquara, f.ª de Luiz Pedro da Silva e Francisca. Não deixou descendência.
Dyla, Darcy e Dirce Engelke
N15.  Izabel Demoly, *14/01/1908, Estrela e + 08/11/19___ em Porto Alegre. Casou em Taquara com Oscar Afonso (Luiz) Engelke, professor, *14/01/1908, Taquara (?), e falecido em Porto Alegre. Pais de três filhos: 
Dirce Engelke, Darcy Engelke (c/c Irene Maria Feiden, cuja ascendência foi tratada neste blog - http://pufal.blogspot.com/2011/07/alemaes-no-rs-xvii-os-doppler-nitzke-e.html) e Dyla Engelke.
N16. João Sady Demoly (Sady), *26/08/1909, bat. 05/07/1914, Estrela. Faleceu solteiro, não deixando descendentes.
Astherica Maria da Silva, Dario
Oswaldo  Demoly e Ubaldina
Demoly - do acervo de João Marcello Demoly 
N17. Dario Oswaldo Demoly, *13/04/1911, bat. 13/01/1913, Estrela e +30/05/1990, S. Leopoldo. Casou General Câmara, com Astherica Maria da Silva, *25/06/1915, Taquari e +02/01/2000, S. Leopoldo, f.ª de Dorvalino Marcello da Silva e Ubaldina Asthérica Mendes (*04/03/1895, Taquari). O casal teve seis filhos: Ubaldina Therezinha, João Marcello da Silva Demoly (pesquisador também da família e quem forneceu muitas informações), Oswaldina, Regina, Virgínia e Cristina.
Annita Demoly
do acervo de João
Marcello Demoly
N18. Maria Izabel Demoly, *09/09/1912, bat. 10/09, Estrela e + Porto Alegre e possivelmente falecida criança.
N19. Annita Oswaldina Demoly, *26/11/1913, bat. 05/07/1914, Estrela, e +solteira, sem descendência.
N20. Mário da Costa Demoly, *28/05/1915, bat. 13/12, S. Sebastião do Caí. Faleceu solteiro, sem descendentes.
N21. Altamiro da Costa Demoly, *06/06/1917, bat. 16/03/1919, São Sebastião do Caí/RS e falecido em General Câmara. Casou em Porto Alegre, com Lacínia Campos, *1923, Porto Alegre, f.ª natural de Carlos Schneider e de Amélia Campos.
N22. Eliezar da Costa Demoly, *16/05/1919, bat. 24/06/1920, em Porto  Alegre, onde casou com Doralina Azevedo, sendo pais de três filhos.
Ernesto de Souza Leal
F2. Maria Isabel Demoly, *06/05/1856, bat. 28/05/1866, P. Alegre e +S. Leopoldo ou P. Alegre entre 1913/1924. Casou 27/09/1873, S. Leopoldo, com Ernesto de Souza Leal, *10/07/1834, bat. 23/09, Triunfo, +11/09/1903, S. Leopoldo, f.° de Francisco de Souza Leal e Robéria Maria Rafaela. Pais de:
N1. Luís de Souza Leal, *30/08/1874, bat. 27/09, Ivoti, onde +10/10/1874 de “aspasmos”.
N2. Abel de Souza Leal, *17/08/1875, bat. 05/01/1876, Ivoti, +31/03/1877, S. Leopoldo.
N3. Anibal de Souza Leal, *19/12/1876, bat. 27/01/1877, Ivoti, onde +04/03/1878. Era gêmeo de Tancredo.
N4. Tancredo de Souza Leal, *19/12/1876, bat. 27/01/1877, Ivoti, onde +06/03/1877, de “inflamação dos intestinos.” Era gêmeo de Aníbal.
N5. Rosa de Souza Leal, *22/06/1878, bat. 09/08, Ivoti, e + em tenra idade, considerando que uma irmã levou o seu nome, bem assim por não constar no inventário paterno.
N6. Adão de Souza Leal, *01/04/1880, bat. 05/05, Ivoti. Casou a 26/10/1900, S. Leopoldo, com Guilhermina Fredolina Stumpf (tia Mintia), *1876, S. Leopoldo, f.ª de Estevão Stumpf e de Julianna Gerhardt.
(crianças cujos nomes se desconhecem)
Adão de Souza Leal e Guilhermina Stumpf
do acervo de Maria Jecy Allgayer.
N7. Eva de Souza Leal, *30/01/1882, bat. 06/02, Ivoti e +30/12/1885, S. Leopoldo.
N8. Rosa de Souza Leal, *30/07/1886, bat. 06/08/1887, S. Leopoldo, e +1908, P. Alegre, solteira, sem filhos.
N9. Edelvira de Souza Leal, *29/12/1892, bat. 05/02/1893, S. Leopoldo, e +ca 1960, P.Alegre, e sep. em S. Jerônimo. Casou 15/12/1920, P. Alegre, com Waldomiro Allgayer, *1898, S. Leopoldo, + P.Alegre, e sep. em S. Jerônimo, f.º de Tristão José Allgayer Filho e Izolina Maria da Silva. Pais de uma única filha: D. Maria Jecy Allgayer da Silva que muitas informações e fotos forneceu para a feitura do presente, a quem se agradece.
N10. Maria Ernestina de Souza Leal (Tia Chininha), *15/10/1896, bat. 13/11/1897, S. Leopoldo, e + solteira em P. Alegre, sem descendentes.
F3. Rosa Demoly, *06/05/1859, bat. 21/05/1860, P. Alegre, onde +21/12/1929. Rosa faleceu em sua residência na Rua Dona Teodora, s/n°, Porto Alegre. Era solteira, não deixou descendência e foi sepultada no cemitério da Santa Casa de Porto Alegre.
F4. Maria Estella Demoly, *1860/1861, Porto Alegre, onde +1°/05/1920. Casou 19/01/1878, São Leopoldo, com Zeferino Coelho Netto (filho), *20/04/1842, Alegrete, e +25/12/1885, Porto Alegre, viúvo de Joaquina da Silveira Freitas e de Edmunda da Silva Freitas,  filho de Zeferino Coelho Netto e Cândida Francisca Pereira. Pais de:
N1. Alcides Coelho Netto, *01/11/1878, batizado em 17/12/1879, São Leopoldo, onde faleceu a 17/12/1879.
Almerinda Coelho Netto
do acervo de Maria Jecy Allgayer
N2. Almerinda Coelho Netto, *19/10/1879, S.Leopoldo, bat. 05/05/1880, na capela de Bom Jardim, hoje, Ivoti e +23/10/1938, S.ta Cruz do Sul, sep. no cemitério municipal. Casou 24/09/1910, Estrela, com João Alberto Kausmann (vô Alberto), *1886/1888, Estrela e + S.ta Cruz do Sul ca 1973, f.º de Henrique Guilherme Gausmann e de Joana Guilhermina Kortz. Pais de Jandyra Maria (c/c Germano Emílio Krieger); Dalila, Alceu e Alice Kausmann, os últimos sem geração.
N3. João Coelho Netto, *09/01/1881, bat. 1º/05/1881, S.Leopoldo, onde faleceu a 22/10/1899, aos dezoito anos de idade.
N4. Ermelinda Coelho Netto, *05/07/1882, bat. 10/03/1883, S. e + Porto Alegre. Casou 03/02/1900, S. Leopoldo, com Ernesto de Souza Leal Filho, *15/09/1863, bat. 13/12, Conceição do Arroio, hoje, Osório, e +12/07/1908, P. Alegre, f.º de Ernesto de Souza Leal (casado segunda vez com a tia de sua esposa, Maria Isabel Demoly) e de Felisberta Antônia Inácia de Oliveira. Após o divórcio de Ermelinda e Ernesto, ela casou em segundas núpcias, a 12/09/1908, S. Leopoldo, com Germano Augusto Kruse, *08/06/1881, S. Leopoldo e +14/09/1946, P. Alegre, f.º de Jasper ou Gaspar Heinrich Kruse e Josephina Karst. Houve do primeiro casamento de Ermelinda o filho Pery de Souza Leal, e, do segundo: Jacy, Alany Augusta, Aracy e José Nilo Kruse.
N5. Camilla Coelho Netto, *15/07/1884, bat. 09/01/1886, S. Leopoldo e +17/04/1902, P. Alegre, possivelmente de tuberculose, e sep. cemitério da Santa Casa. Teve com o cunhado Ernesto de Souza Leal Filho (casado com Ermelinda Coelho Netto) a única filha:
Jenny Coelho Netto
Bn1. Jenny Coelho Netto, *11/07/1901, São Leopoldo e +03/04/1984, Porto Alegre, sep. cemitério São Miguel e Almas, cidade onde casou 18/12/1920 (igreja São Pedro), com Floriano Antônio de Leão, comerciante, *05/08/1899 e bat. 26/09, Porto Alegre, onde +26/10/1974, f.º de Gasparino Antônio de Leão e Leocádia de Almeida Lemos, ambos de Porto Alegre. Pais de um único filho:
Tn1. Nerly Antônio de Leão, *10/12/1921, P. Alegre, onde +19/10/1978. Ali casou 14/09/1946, com Maria Laureano Brasil, *25/06/1928, P. Alegre, f.ª do Dr. Mário da Silva Brasil e de Celina Laureano da Silva. Nerly e Maria são avós de Diego de Leão Pufal.
N6. Zeferina Coelho Netto, *15/09/1885, bat. 09/01/1886, S. Leopoldo e +cerca 1960, P. Alegre. Zeferina não deixou descendência.
  
BIBLIOGRAFIA e fontes:
- ARQUIVO HISTÓRICO DO ESTADO DO RS – Fundos da polícia, obras públicas, Consulados e Legações, Requerimentos e Colonização e Imigração.
- ARQUIVO NACIONAL DO RJ. Processo dos Farrapos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional (1933-1936), volume IV, notas de Aurélio Porto.
- Arquivos pessoais de: DEMOLY, Daniel; DEMOLY, João Marcello da Silva; DEMOLY, Remy.
- ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO RS – Fundo do Poder Judiciário: inventários, processos crimes e cíveis e registro civil, livros de notas e transmissões de São Leopoldo, Triunfo e Taquari.
- BARRETO, Abeillar. Bibliografia Sul-Riograndense, vol. 1 (A-J). Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1973.
- BEUX, Armindo. Franceses no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora Metrópole, 1975.
- CÚRIA DE NOVO HAMBURGO. Registros paroquiais de São Leopoldo.
- CÚRIA METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE/RS. Registros paroquiais de São Leopoldo, Ivoti, Porto Alegre, Estrela, S. Sebastião do Caí, Taquari e General Câmara. Habilitações de casamento de Porto Alegre.
- Microfilmes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons).
- Relatórios do Presidente da Província do Rio Grande de São Pedro, 1859, 1860 e 1861.
- Revista Trimestral do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1888. Rio de Janeiro: L. Aemmert & Cia, tomo LI – parte II.
- ROSA, Gilson Justino. Imigrantes alemães 1824-1853. Porto Alegre: EST, 2005.
- RUSCHEL, Ruy Rubem. Torres Origens. Porto Alegre: Hartmann (gráfica), 1995.
- SANTA CASA de Porto Alegre – Centro de Documentação e Pesquisa (CEDOP) – Livros de internações e de óbitos da Santa Casa de Misericórdia.
- SPALDING, Walter. Enciclopédia Rio-grandense, Canoas: Regional Ltda, 1958, vol. V.
Contribuições/agradecimentos: Almerinda Krieger Soares, Daniel Demoly (França), Doris de Leão Pufal, Ênnio Francisco Demoly Júnior (SC), Gilson Justino da Rosa, João Marcello da Silva Demoly, Juçara Elisabeth Piccoli, Leandro R. Betemps, Lia T. Padilha, Luís de Souza Leal, Maria Jecy Allgayer da Silva, Marion Kruse Nunes, Miguel Duarte, Remy Demoly (França), Rita Krieger Azevedo, Vanessa Gomes de Campos, Véra Lucia Maciel Barroso e Zélce Mosquer.
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Legendas: f.°(ª) = filho(a); * = nascido(a); + = falecido(a); c.g. = com geração; S. Leopoldo = São Leopoldo; P. Alegre = Porto Alegre; n.p. = neto(a) paterno(a); n.m. = neto(a) materno(a); bat. = batizado(a); padr. = padrinhos; ca = cerca de; sep. = sepultado(a); APRS = Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul; AHRS = Arquivo Histórico do Estado do Rio Grande do Sul; AN = Arquivo Nacional do Rio de Janeiro; CEDOP = Centro de Documentação e Pesquisa – Santa Casa de Porto Alegre; AHCMPA = Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de Porto Alegre.
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[1] Dita notícia foi-me informada por Rémy Demoly, genealogista francês. No entanto, ainda não se conseguiu confirmar a hipótese, em que pese tudo indicar tenha sido efetivamente pelo Governo Brasileiro contratado, em razão de seu “próspero” futuro no Brasil. Contudo, por outro lado, segundo a Sra. Maria Jecy Allgayer da Silva, bisneta de Jean-Charles, esse teria vindo fugido da França por ter se envolvido com a filha de “alguém importante”, cujo pai teria ameaçado seifá-lo da vida.
[2] Fundo Consulado e Legações, ano de 1845 (AHRS).
[3] Fundo Polícia, Secretaria de Polícia, maço 69, caixa 35 – Carlos Pompeo Demoli (AHRS).
[4] Torres Origens. Porto Alegre: Hartmann (gráfica), 1995, p. 81.
[5] As dificuldades referidas por Ruschel foram relatadas por Demoly por ocasião do relatório datado de 23/07/1859 ao Presidente da Província. Disse que iniciou o reconhecimento ordenado sobre o território do Morro do Forno, e que em oito ou dez dias o terminaria se não encontrasse resistência entre os agricultores ou possuidores, pois temiam o exame de seus papéis, já que dificilmente provariam a maior parte de suas pretensões. Além disso, experimentou todos os contratempos a este respeito na colônia vizinha, vez que o mais forte negociante e também mais influente personagem do lugar, já tratou de iludir ao primeiro convite que lhe dirigiu. Este negociante chamado João Rappe (deve tratar-se de João Raupp) monopolizava os produtos da localidade e ao mesmo tempo era proprietário de uma fábrica de telhas, de duas colônias e de mais de uma sesmaria, e apesar desta totalidade de recursos ambicionava ainda um bom bocado do território do Forno. Mencionou ainda que antes de partir de Porto Alegre pediu ao Inspetor Geral das Colônias que lembrasse o Presidente da Província, que se poderia cobrir todas as despesas de canalização com uma só légua dos terrenos devolutos do morro do Forno, convenientemente dividida e distribuída aos trabalhadores; que esta idéia, além de ser uma economia aos cofres, seria uma providência para alguns agricultores pobres brasileiros, que assim poderiam criar um estabelecimento (Obras Públicas, ano 1859, maço 17, lata 365, AHRS).
[6] Bibliografia Sul-Riograndense – A contribuição portuguesa e estrangeira para o conhecimento e a integração do Rio Grande do Sul, vol. I, publicada pelo Conselho Federal de Cultura, RJ: 1973, pp. 415/417.
[7] Rio de Janeiro: Printed by E. & H. Laemmert, 1867.
[8] Rio de Janeiro: Laemmert, 1873.
[9] Rio de Janeiro: typographia e lithographia do Imperial Instituto Artístico, 1876.
[10] Rio de Janeiro: typografia Montenegro, 1887.
[11] Conforme o Sr. João Marcello da Silva Demoly.
[12] Houve, sem dúvida, qualquer equívoco. Explica-se: em 1867 Jean-Charles Pompée Demoly já era falecido, modo que se a data indicada por Armindo Beux estiver correta, só pode se tratar do filho João Carlos Pompeu Demoly, apesar de que esse não assinava “Charles Pompée Demoly”; Supõe-se, assim, que a fundação da Sociedade de Beneficência se deu antes de 1867, tendo sido “oficializada” somente após o falecimento de Demoly, o que explicaria sua participação póstuma.
[13] É o mesmo que encefalomalácia, isto é, amolecimento do cérebro em razão de alterações degenerativas no tecido nervoso.