segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Poloneses no RS: habilitações de casamento de Antônio Prado (X)


Poloneses no RS: a habilitação de casamento como fonte da pesquisa genealógica – Antônio Prado (X)
autoria de Diego de Leão Pufal
[dúvidas, acréscimos e correções, escreva para diegopufal@gmail.com]

[Esta publicação pode ser utilizada pelo(a) interessado(a), desde que citada a fonte: PUFAL, Diego de Leão.Poloneses no RS: a habilitação de casamento como fonte da pesquisa genealógica – Antônio Prado (X), in blog Antigualhas, histórias e genealogia, disponível em http://pufal.blogspot.com.br/]

Na postagem anterior sobre a imigração polonesa no Estado do Rio Grande do Sul (http://pufal.blogspot.com.br/2014/09/poloneses-no-rs-habilitacao-de.html), acabei de publicar as habilitações de casamento de Nova Prata, algumas trazidas no artigo publicado em maio de 2013 na 11ª Revista do CEKAW (http://www.poloniapoa.org/revista.php).
Hoje, veiculo os processos de habilitação de casamento de Antônio Prado/RS, cujos processos encontram-se no Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS) e foram por mim publicados na revista do CEKAW n. 08, em agosto de 2009, observando-se as seguintes abreviaturas:

aut. = autuado
cx. = caixa
fal.= falecido(a)
MP = Mariana Pimentel
n. = nascido(a)
n.m = neto(a) materno(a)
n.p = neto(a) paterno(a)
res.= residente

Abaixo, reproduzo o artigo:

Dando-se seguimento às publicações anteriores, veicula-se nesta edição os processos de habilitação de casamento de Antônio Prado, na serra gaúcha, cujos autos encontram-se no Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul.
A então colônia de Antônio Prado, situada entre o rio da Prata e o rio das Antas,

“a partir de 1886 começou a ser povoada por imigrantes italianos, seguidos por suecos e poloneses. Os imigrantes suecos não prosperaram. A afluência de imigrantes poloneses aconteceu entre os anos de 1890 e 1894. Fixaram-se à margem esquerda do rio da Prata e nas linhas Castro Alves e Silva Tavares, nas cercanias de Nova Roma e Nova Treviso. Os lotes coloniais, destinados aos imigrantes poloneses, situavam-se em zona montanhosa e pedreguenta. As 200 famílias poloneses tiveram assistência espiritual do Pe. Josué Bardin durante o ano de 1896. O jesuíta Pe. José Lassberg também esteve visitando a colônia polonesa de Antônio Prado. Cercados de todos os lados por italianos e não tendo possibilidades de expansão, os imigrantes poloneses não acharam outra solução, a não ser
abandonar essas terras acidentadas. Nos albores do século XX, a maioria dos poloneses demandou melhores terras no norte do Estado. Apenas um pequeno grupo de famílias polonesas se deixou ficar no distrito de Nova Roma”, conforme anotou Alberto Victor Stawinski (in Primórdios da imigração polonesa no Rio Grande do Sul (1875-1975), Porto Alegre: Escola Superior de Teologia São Lourenço Brindes; Caxias do Sul: Universidade de Caxias do Sul, 1976, pp. 54/55).

A história de Antônio Prado já foi tema de trabalhos importantes para o município, notadamente o de Fidélis Dalcin Barbosa, “Antônio Prado e sua história” (Porto Alegre: EST, 1980), e o de Rovílio Costa, que editou em 2007, com vários autores, a obra “Povoadores de Antônio Prado”, com 1.103 páginas (Porto Alegre: EST).
O último trabalho, revisando o primeiro, abordou aspectos de toda a ordem sobre o município, inclusive fatos curiosos sobre a imigração polonesa, do qual destaco o abandono de 24 famílias de polacos-russos de Antônio Prado em 26 de maio de 1891. Tal fato foi comunicado pelo Escritório de Comissão de Terras em Antônio Prado à Comissão em Caxias do Sul, cujo signatário, Sérgio Nogueira, referiu que:

“Procurei por todos os meios ao meu alcance para colocá-los [os colonos]; ofereci-lhe lotes todos unidos e em linha onde só tivessem polacos; prometi dar o intérprete José Harmeski para os acompanhar e ajudá-los no que fosse possível e tudo foi baldado, declararam que queriam só trabalhão de estrada e que depois se retiravam para Porto Alegre. É bem possível que visando especulação vão a esse escritório dizer o contrário, entretanto aqui está o intérprete que pode afirmar o que avanço. Estas famílias já se acham bastante tempo no barracão e nunca quiseram lotes e nem mesmo ir vê-los. (...) Michel Jankowski, Kazimierz Wisnicwski, Michel Cryzewski, Walenky Lotanski, Michel Jarowka, Walenky Wyszynski, Jon Kuperyk, Wicenty Szadach, Josef Wiczbicki, Walenty Szermach, Jan Uminski, Fukasz Gvzywacz, Wojciech Rewers, Stanilaw Dominski, Josef Nowakowski, Antoni Drazkiwicz, Jan Piorkowski, Stanislaw Gojeski, Aleksander Kowczewicz, Jan Liskicwicz, Jan Baszczynski, Teofil Kordecki, Sylwin Stragulski e P. Kowalski. Essa é a relação das famílias que se retiraram por não quererem se estabelecer.” (in Povoadores de Antônio Prado, texto de Dalcin Barbosa revisado por Rovílio Costa, p. 17).

Nesse livro, ainda, as pesquisadoras Stella Borges e Maria Estela Zonta, às páginas 444 a 485, transcreveram as habilitações de casamento existentes no Arquivo Público do RS de Antônio Prado enquanto município, diversamente do presente estudo que compilou os processos enquanto quarto distrito de Vacaria. Daquelas primeiras habilitações, destacam-se apenas os nomes daqueles que se habilitaram para casar e o ano do processo, sendo que maiores informações poderão ser colhidas diretamente no Arquivo Público ou na mencionada obra. São eles: Boleszawa, Uckachesky x Jabuinsky, Stanislawa – 1908; Cichoski, Adam x Kremski, Alexandra – 1908; Dougonkeski, Ângelo x Petroski, Mariana – 1902; Jaboinscki, Anastácio x Rudini, Virgína – 1917; Korvalski, André x Oitasczerki, Agniska – 1898; Kowezewicz, Alexander x Marek, Jadwiga – 1896; Kremski, Albino x Kuskoski, Josefa – 1908; Raznieski, Pedro Inácio x Cominetti, Cesira – 1922; Sosnoski, Pedro x Vanzin, Theresa – 1920 e Wronski, Alexandre x Lorenski, Polônia – 1908.

Os processos que se seguem, em número de quatorze, foram igualmente pesquisados no Arquivo
Público, sob o fundo 68, 4º distrito de Vacaria (Antônio Prado):

- BALENA, Pietro e KLAMESKI, Anna – aut. 30-03-1898. Ele solteiro, 43 anos, italiano, n. prov. Treviso, lavrador, filho de Bortolo B. e Giovana Tolon. Ela 30 anos, solteira, n. prov. de Varsóvia, Polônia, filha de Benedicto K. e Mariana, já fals. Casaram em 16-04-1898. (cx. 02)

- BRESOLIN, Giovanni e MAREK, Josefa – aut. 05/1895. Ele 50 anos, n. Itália, filho de Marco B. e Ana Guberta, aqui res. Ela 30 anos, solteira, n. Polônia-Russa, filha de Michal Marek, fal. na Polônia-Russa, e Jadwiga Jakuboski, aqui res. há três anos. Não consta a data de casamento. (cx. 02)

- HOINAZKI, Kazimir e KOMIKEWICZ, Joana – aut. 1898. Ele 20 anos, n. em Kaemer, Polônia-Russa, agricultor, solteiro, filho de Stanislaw H. e Catarina, aqui res. Ela 19 anos, n. Golina, Polônia, solteira, filha de Antônio K. e Pietronella, aqui res. Casaram em 04-12-1898. (cx. 02)

- KARLINSKI, Marian e NOWICKI, Cecília – aut. 06/1895. Ele solteiro, 19 anos, n. Polônia-Russa, filho de Lukasz K. e Rosália. Ela solteira, 17 anos, n. Polônia-Russa, filho de Nicodem N. e Teodora. Casaram em 19-06-1895. (cx. 02)

- KOWALSKI, André e OITASCZIKI, Agniska – aut. 1898. Ele 22 anos, solteiro, n. Polônia-Russa, lavrador, filho de Valente K. e Catharina, aqui res. Ela solteira, n. Polônia-Russa, filha de Vicente O. e Catharina, aqui res. Casaram em 21-06-1898. (cx. 02)

- KOWEZEWICZ, Alexander e MARICK, Jadwiga – aut. 02/1896. Ele viúvo, agricultor, n. Polônia, filho de Mikolay K. e Anna Cetkoski, esta res. na Polônia e aquele lá fal. Ela solteira, n. 17-09-1872, prov. de Varsóvia, Polônia, filha de Michal Marick e Jadwiga Piotorzak, esta aqui res. e aquele fal. Polônia. Casaram a 26-02-1896. (cx. 02)

- NIEWINSKY, Stanislau e TYBURSKI, Josefa – aut. 05/1895. Ele 20 anos, n. Polônia-Russa, filho de Ludwik N., fal., e Eva, aqui res. Ela 19 anos, n. Polônia-Russa, filha de Adam T. e Balvina, aqui res. Ambos analfabetos. Casaram em AP, não constando data do ato. (cx. 03)

- ORZECHOWSKI, Kazimirz e GOECKI, Josefa – aut. 11-02-1896. Ambos solteiros, nats. Polônia, aqui res. Ele n. 08-08-1868 na prov. de Varsóvia, filho de Andrzey O. e Francisca Bogescinski, esta aqui res. e aquele aqui fal. Ela n. 18-10-1873 na prov. de Varsóvia, filha de Jozef Goecki e Katarzyna Czapski, esta res. na Polônia e aquele lá fal. Casaram em 26-02-1896. (cx. 03)

- ORZECHWSKI, Wincentz e MALECKA, Magdalena – aut. 02-1896. Ele viúvo de Katarzina Czapski (fal. 15-11-1891, na colônia Gran-Pará, em Santa Catarina), n. Polônia, agricultor, filho de Andrzey P. e Francisca Borgescinski, esta aqui res. e aquele fal. Ela solteira, n. Alemanha, filha de Jan Malecka e Francisca, fals. na Alemanha. Casaram em 26-02-1896. (cx. 03)

- PILEZKI, Francisco e OLIVEIRA, Alzira Soares de – aut. 03-12-1893. Ele polaco-russo, res. há mais de dois anos no Brasil e há mais de um ano em Antônio Prado, 25 anos, filho de Thomaz Pilezki e Ana Schvartz, fal. há onze anos, res. na cidade de Tomaszow, província de Piotrkowska. Há uma justificação de idade, na qual foram testemunhas: Krysostom Kuezkowski, 33 anos, casado, sapateiro, n. Polônia, res. em AP há três anos; Michal Barticha, 42 anos, casado, carpinteiro, n. Polônia-Russa, e declarações de Franciszek Kobuszewski e Antoni Karlinski, informando conhecer o noivo, com o qual emigraram juntos. Alzira n. 04-01-1876 e batizada em Capela de Santana, filha de Sérgio Inácio de Oliveira e Angélica Soares, nats. de Capela de Santana. Casaram em Antônio Prado em 05-12-1893. (cx. 01)

- ROZANSKI, Antoni e MAREK, Rozalia – aut. 02-1896. Ambos solteiros e nats. Polônia. Ele n. 04-01-1864, prov. de Kalisz, filho de Tomasz R. e Antonina Kumodzinski, esta aqui res. e aquele fal. Polônia. Ela n. 01-06-1876, província de Varsóvia, filha de Michal M. e Jadwiga Pietrzak, esta aqui res. e aquele fal. Polônia. Casaram em 26-02-1896. (cx. 03)

- SELANGOSKI, Stanislau e JARUSEZESWSKA, Petronella – aut. 06/1898. Ele 24 anos, solteiro, n. Polônia-Russa, lavrador, filho de João S. e Mariana Pintki, fals. na Polônia. Ela 22 anos, n. Polônia- Russa, filha de Stanislaw J. e Augusta, aqui res. Casaram em 26-06-1898. (cx. 03)

- SLOMA, Mickol e SCHULZ, Josefa – aut. 09/1896. Ele viúvo de Ana (fal. AP), sem filhos, 36 anos, n. Polônia, lavrador, filho de Antônio, res. Polônia, e Catazena, fal. Ela 19 anos, n. Polônia, filha de Ignac S. e Apolônia, aqui res. Não consta data de casamento. (cx. 03)

- SZCZEPANIAK, Jan e DUMINSKI, Ana – aut. 02/1896. Ambos solteiros, nats. Polônia, aqui res. Ele filho de Marcin S. e Justina Olbrich, esta res. na Polônia e aquela lá fal. Ela filha de Tomasz D. e Matgozata, aqui res. Casaram em 26-02-1896. (cx. 03)


- WOZNIACK, Marcin e ORZEKOSKI, Mariana – aut. 02/1896. Apenas consta a data do casamento: 26-02-1896, mais nada. (cx. 03)

4 comentários:

  1. Parabens pelo excelente trabalho publicado.

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  2. Parabens pelo excelente trabalho publicado.

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  3. Esse Antônio Demétrio machado casado com Ana Francisca de oliveira era legatario de cândido Francisco lemes em testamento público e não entregou o legado até até hoje 3+,ficaram de legatario 1frorencio vidente torres 2 Antônio Demétrio machado 3 José Antônio da cruz feito o testamento 2:de março de 1861 até hoje não devolveram as terras dos filhos do cândido Francisco lemes que eram em 3 cândida lemes da cruz Manuel lemes e Francisco Timóteo lemes preste que meu box avó e tem processo dentro das harea em santo Augusto e estava em litijio desde 1874

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  4. Pois tenho todos os documentos nasedario para provar em lei todos carimbados horijinai 418,,forma de partilhas desde 1861

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