domingo, 13 de junho de 2010

Poesias de Mário da Silva Brasil

Poesias de Mário da Silva Brasil 


Desde julho de 2008 venho veiculando neste blog algumas poesias do meu bisavô Mário da Silva Brasil, as quais foram escritas em sua grande maioria na década de 1910, na cidade de Porto Alegre. Muitas delas foram publicadas nos jornais da época, já outras ficaram registradas em seu caderno.

Para que as obras de Mário da Silva Brasil não fiquem no esquecimento, disponibilizo mais uma de suas poesias, preservando-se a escrita da época.

Em Vão



Embora eu absorva e beba attento
As licções que dos mestres tenho a flux,
Muito embora eu aspire a casta luz
Da sciencia que illumina o pensamento,

Não sou feliz porque neste momento
Trago o fel que tambem tragou Jesus,
E nos hombros carrego a eterna cruz:
O lenho do martyrio e do tormento.

Oh escabrosa vereda do presente,
Quero subir-te, mas, me não consente
O meu herculeo esforço soberano!

Quero galgar-te mas sou fraco e pobre,
E o meu intento tão sublime e nobre
Vejo tombar, meu Deus, que desengano!



Porto Alegre, 29-6-1910.

Italianos no RS: os Scorcioni (I) (Porto Alegre)

A família
SCORCIONI
[atualizado em 05/12/2011]
***
               O sobrenome Scorcioni ou Scorcione é originário da região de Scorsa, com variação em Scorzoni.
               No Brasil, encontrou-se grafias variadas: Scrucione, Scorcion, Scorsone, Corsônio, Scorsoni e Scorçon.
                O imigrante deste ramo, Alessandro Scorcioni, ao que tudo indica veio sozinho para o Brasil em 1876, estabelecendo-se no Estado do Rio Grande do Sul, onde casou e deixou descendentes. Contudo, o único filho que "vingou", João Romano Constantino Colatto Scorcioni, teve apenas duas filhas: Luiza Pierina Scorcioni (minha bisavó) e Josephina Scorcioni, as quais não passaram o sobrenome aos seus sucessores, por razões óbvias, "extinguindo-o".
                Muito embora os descendentes do imigrante não mais levem o "Scorcioni" em seus nomes, pertencem à família, razão principal para divulgar este ramo familiar, até mesmo para que não fique no esquecimento.
                 A seguir, a descrição da descendência de Giovanni Scorcioni:
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Primeira Geração
1. GIOVANNI SCORCIONI nasceu cerca de 1820 na Itália, onde faleceu. GIOVANNI casou-se com MARIA CAIELLA, nascida na Itália, onde faleceu. Eles tiveram os seguintes filhos:
+ 2 M i. ALESSANDRO SCORCIONI nasceu em 1844 e faleceu em 1889.


Segunda Geração
2. ALESSANDRO SCORCIONI1 (GIOVANNI) nasceu em 1844 na Itália. Ele faleceu2 em 1º de fevereiro de 1883, nos subúrbios de Triunfono Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
  • Alessandro ou Alexandre Scorcioni emigrou da Itália, chegando solteiro em Nova Palmira (Caxias do Sul) em 02.06.1876. Provavelmente casou na região de Caxias do Sul, seguindo depois para São Leopoldo, estabelecendo-se na Fazenda dos Prazeres, onde nasceram seus filhos, sendo que no ano de 1883 era residente, com a família, nos "subúrbios" de Triunfo.
  • Pelo que se denota do registro de óbito da esposa Luigia, Alessandro teria sido o causador de sua morte, embora à época do evento fosse falecido. Tal informação vem ratificada por uma certidão que se encontra nos autos de embargos manejados por João Scorcioni, no inventário da esposa de seu avô, Francesco Colatto, em 1897, em Porto Alegre. Dita certidão dá conta que Alessandro Scorcioni disparou um tiro contra sua esposa, suicidando-se em seguida - detalhes que serão narrados em outro post.
  • Conforme sua neta, Josephina Scorcioni, Alessandro e Luigia se conheceram no navio em que vieram da Itália, se apaixonaram e acabaram casando logo após o desembarque.
ALESSANDRO casou-se com LUIGIA COLATTO cerca de 1878 provavelmente em Caxias do Sul, RS, Brasil. LUIGIA nasceu em 1859 em Isola della Scala, Verona, Itália. Ela faleceu3 em 2 fevereiro 1883 em Triunfo, RS, Brasil. Era filha de Francesco Colatto e de Philomena Magdalena Corazza.
  • COLATO, Francesco, 51 anos; Teresa, esposa, 38 anos; Antônio, 21 anos; Luigia, 19 anos; Maria, 17 anos; Alessandro, 14 anos; Gaetano, 12 anos; Giuseppina, 5 anos e Amália, 4 anos, emigraram para o Brasil, chegando em Nova Palmira, Caxias do Sul em 21/08/1878. Francesco recebeu auxílio gratuito em 26-9-1878, n. 5636-44, fl. 182-3. (in COSTA, Rovílio e GARDELIN, Mário. Povoadores da Colônia Caxias. Porto Alegre: EST, 2. ed., p. 495).
  • 2. No registro de óbito de Luigia Colato consta: "... LUIZA COLATI, 24 ANOS, NATURAL DA ITALIA, FALECEU EM CONSEQUENCIA DE UM TIRO DADO POR SEU MARIDO, VIUVA DE ALEXANDRE SCORCION, foi por mim encomendada e sepultada no cemitério desta cidade...". Dito ainda que faleceu nos subúrbios de Triunfo, pobre. 
ALESSANDRO e LUIGIA tiveram os seguintes filhos:
3 M i. Angelino Scorcioni nasceu em 17 julho 1879 em São Leopoldo, RS, Brasil, onde faleceu com um dia de vida.
+ 4 M ii. JOÃO ROMANO CONSTANTINO COLATTO SCORCIONI nasceu em 24 junho 1879 [data que consta em seu casamento e sepultura, o que conflita com o nascimento do irmão Angelino] e faleceu a 22 junho 1942.
5 F iii. Maria Rosa Adelaide Scorcioni nasceu em 17 setembro 1882 em São Leopoldo, RS, Brasil e foi batizada4 em 24 setembro 1882 em São Leopoldo. Ela faleceu5 em 10 fevereiro 1883 em Triunfo, RS, Brasil.
  • Em seu batismos consta: batizada a 24.09.1882, na Igreja Matriz de São Leopoldo, filha de Alexandro Scorsone e Luiza Colata, neta paterna de João Scorsone e Maria Cayella, neta materna de Francisco Colata e Magdalena Carassa. Padrinhos José Sougue e Maria Colata.2. Falecida de moléstia interna, aos quatro meses de idade, sepultada no cemitério de Triunfo.
Terceira Geração
4. JOÃO ROMANO CONSTANTINO COLATTO SCORCIONI (ALESSANDRO, GIOVANNI) nasceu em 24 junho 1879 em Fazenda dos Prazeres, São Leopoldo, RS, Brasil e foi batizado6 em 3 julho 1880 em São Leopoldo, RS, Brasil. Ele faleceu7 em 22 junho 1942 em Porto Alegre, RS, Brasil e foi enterrado em 23 junho 1942 no Cemitério São João, Porto Alegre.
Obituário do Correio do Povo
23-06-1942, pesquisado
por Viviane W. Velloso
  • Embora fosse conhecido como João Scorcioni, seu nome de batismo era João Romano Constantino Colatte Scorcioni. Batizado a 03.07.1880, na Fazenda dos Prazeres, filho de Alexandre "Corsonio" e Luiza Colato, np. João "Corsonio" e Maria "Caida", nn. Francisco Colato e Filomena "Carassa". Padr: Romano Wender e Luiza Cusi.
  • Em tenra idade perdeu seus pais, tendo sido criado primeiramente por seus avós maternos, Francesco Colatto e Teresa, e, após, por seus tios, Jerônimo Menghini e Amália Colatto.
  • No registro de seu casamento consta: João Scorcioni, do comércio, nascido a 24.06.1879, em São Leopoldo, filho de Alexandre Scorcioni, natural da Itália e falecido em 1880 e de Luiza Collate, falecida em 1881. Casou a 13.11.1926, às 14:30 h, com Genebra Canova, nascida a 26.02.1887, em Schio, Vicenza, Itália, filha de Domingos Canova, falecido em 1898 e de Pierina Trenti, nascida em 1858. No casamento reconhecem as filhas: Luíza e Josephina.

  • João era comerciante e vidraceiro. Segundo sua filha, Josephina (Tia Fifi), João teria sido o proprietário do primeiro ônibus de Porto Alegre, denominado Santa Catarina. Tinha estabelecimento comercial - Armazém de Secos e Molhados - na Avenida Beiruth, nº 83, Bairro Navegantes, em Porto Alegre.
  • Residiu na Rua do Parque, Conselheiro Travassos, e depois, até sua morte, na Rua Beiruth, n.º 83.6 Faleceu em razão de câncer da laringe, tendo sido sepultado no Cemitério São João, em Porto Alegre.
JOÃO casou-se com9 GENEBRA CANOVA (vó Boeta)8 em 13 novembro 1926 em Porto Alegre, RS, Brasil. GENEBRA nasceu em 26 fevereiro 1888 em Schio, Vicenza, Vêneto, Itália. Ela faleceu10 em 6 dezembro 1962 em Porto Alegre, RS, Brasil e foi enterrada em Cemitério São João, Porto Alegre. Era filha de Domenico Canova e Pierina Trenti (v. família Canova neste blog). JOÃO e GENEBRA tiveram os seguintes filhos:
+ 6 F i. LUIZA PIERINA SCORCIONI (Tati) nasceu em 13 setembro 1908 e faleceu em 2 outubro 1984.
+ 7 F ii. Josephina Scorcioni (Fifi) nasceu em 21 dezembro 1909 e faleceu em 4 novembro 2008.


Luiza Pierina (na fila do meio, a última da esquerda para a direita) e Josephina Scorcioni (a última da primeira fila da esqueda para direita) - Fotografia de meados de 1917 - Colégio Voluntários da Pátria (atual Escola Estadual Camila Furtado Alves, em Porto Alegre/RS).


Quarta Geração
6. LUIZA PIERINA SCORCIONI (Tati)11 (JOÃO ROMANO CONSTANTINO COLATTO, ALESSANDRO, GIOVANNI) nasceu12 em 13 setembro 1908 em Porto Alegre, RS, Brasil e foi batizada13 em 15 dezembro 1909 em Porto Alegre, RS, Brasil . Ela faleceu14 em 2 outubro 1984 em Porto Alegre, RS, Brasil e foi enterrada no Cemitério São João, Porto Alegre. LUIZA casou-se com15 f.n. HELMUTH SCHMIDT FILHO (vô Schmidt) em 4 dezembro 1926 em Porto Alegre, RS, Brasil. HELMUTH nasceu em 2 março 1898 em Aurora, Taquara, RS, Brasil e foi crismado16 em 15 junho 1898 em Taquara, RS, Brasil. Ele faleceu17 em 27 setembro 1958 em Porto Alegre, RS, Brasil e foi enterrrado em 28 setembro 1958 em Cemitério São João, Porto Alegre. Era filho de Hemuth Schmitt e Leopoldina Guilhermina Fischer. HELMUTH e LUIZA tiveram os seguintes filhos:
8 F i. ODETTE LUIZA SCHMIDT (Oda) nasceu em 26 dezembro 1927. Casou com Pedro Corrêa Pufal, nascido em 10 de junho de 1925 em Porto Alegre e falecido a 18 de janeiro de 1991 em Cidreira/RS, filho de João Luiz Pufal e Julieta Corrêa da Silva. Pais de dois filhos: Helmuth Luís (meu pai) e Pedro Armando Schmidt Pufal.
9 F ii. Ivonny Leopoldina Schmidt (Vovoni) nasceu em 30 março 1930. Casou com seu primo Erny Fischer, com quem teve três filhas: Ivete, Iara e Beatriz Schmidt Fischer.


7. Josephina Scorcioni (Fifi) (JOÃO ROMANO CONSTANTINO COLATTO, ALESSANDRO, GIOVANNI) nasceu em 21 dezembro 1909 em Porto Alegre, RS, Brasil e foi batizada em 24 março 1911 na Igreja N. Sra. da Conceição. Ela faleceu em 4 novembro 2008 em Porto Alegre, RS, Brasil e foi sepultada em 5 novembro 2008 no Cemitério São João. Josephina casou-se com18 Francisco Adolfo Luckei (Chico) em 14 setembro 1932 em Porto Alegre, RS, Brasil. Francisco nasceu em 21 maio 1906 em Erechim, RS, Brasil. Ele faleceu19 em 12 fevereiro 1983 em Porto Alegre, RS, Brasil. Era filho de Theodor Luckei e Bertha Maria Barbara Minnach. Pais de dois filhos: João Theodoro Luckei (Joãozinho) e Evaldo Francisco Luckei.


Apêndice A - Fontes:
1. COSTA, Rovílio e GARDELIN, Mário. Povoadores da Colônia Caxias. Porto Alegre: EST, 2. ed., p. 495, p. 495. referem que Alessandro Scrussioni (sic), 32 anos, solteiro, natural da Itália, chegou em Caxias do Sul em 02.06.1876.
2. Porto Alegre/RS. Registro Civil, 3A Zona, lv. 1B-17. casamento de seu filho.
3. Triunfo/RS. Igreja Católica, livro 4C-99.
4. São Leopoldo. Igreja Católica. Batismos, lv. 9A-04.
5. Triunfo/RS. Igreja Católica.
6. São Leopoldo/RS. Igreja Católica, lv. 8A, p. 57.
7. Porto Alegre/RS. Registro Civil, 3A Zona, lv.18C-177.
8. Ufficio dello Stato Civile, n.B 72, parte I, ano 1888 (nascimentos), Comune di Schio, Vicenza, Itália.
9. Porto Alegre/RS. Registro Civil, 3A zona, lv. 1B, p.17.
10. Porto Alegre/RS. Registro Civil, 3A Zona, lv. 17C, p. 156.
11. Porto Alegre/RS. Registro Civil.
12. Porto Alegre/RS. Registro Civil, 1A Zona, lv. 68A-44, n.B 1810.
13. Porto Alegre/RS. Igreja N. Sra. da Conceição, lv. 10A, p. 27.
14. Porto Alegre/RS. Registro Civil, 3A Zona, lv. C.
15. Porto Alegre/RS. Registro Civil, 3A Zona, lv. 1B, p. 17.
16. Igrejinha/RS. Igreja Evangélica, p. 60 (lv. 1-467, registro n. 70). Livro de Registros I, II e III, batismos parte 2 (1891-1908), tradução de Carlos Theno Schmidt.
17. Porto Alegre/RS. Registro Civil, 3A Zona
18. Porto Alegre/RS. Igreja N. Sra. dos Navegantes, lv. 5B-3v.
19. Porto Alegre/RS. Registro Civil, 3A Zona, lv. 33C-47.

sábado, 10 de abril de 2010

Alemães no RS: os Sonnet

Alemães no RS: os Sonnet, nas Missões e no Planalto Médio

Autoria de: Diego de Leão Pufal e Zélce Mousquer
 [acréscimos, dúvidas e correções escreva para diegopufal@gmail.com]
[atualizado em 07/12/2015]

[Esta publicação pode ser utilizada pelo(a) interessado(a), desde que citada a fonte: PUFAL, Diego de Leão e MOUSQUER, Zélce. Alemães no RS: os Sonnet, nas Missões e no Planalto Médio, in blog Antigualhas, histórias e genealogia, disponível em http://pufal.blogspot.com.br/]
***
ABREVIATURAS UTILIZADAS:
“bat.” para “batizado(a)”
“c/c” para “casou com”
“fal.” para “falecido(a)”
“n.” para “nascido(a)”
***

   Os Sonnet emigraram para o Brasil no ano de 1827, chegando na cidade de São Leopoldo (RS) em 16/12/1827, representados pela matriarca Elisabeth Sonnet e quatro filhos imigrantes. A família “cruzou o Atlântico provavelmente no veleiro holandês Epaminondas, que partiu de Amsterdã em 7.7.1827 e chegou ao Rio de Janeiro em 28.9.1827 (...) do Rio de Janeiro para Porto Alegre viajou no costeiro Dido”, conforme escrevem Carlos Henrique Hunsche e Maria Astolfi (O Quadriênio ..., III, p. 1.473).
    A família radicou-se inicialmente em São Leopoldo, migrando após para Cachoeira do Sul, Santa Maria, Santo Ângelo e Alegrete.

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1- NICOLAU SONNET, nasceu cerca de 1775 em Kreuznach, Alemanha, tendo falecido provavelmente durante a travessia do Oceano. Casou na Alemanha com Elisabeth Sonnet, nascida em 1778, em Kreuznach, Alemanha e falecida a 18/10/1855 em São Leopoldo, onde casou-se em segundas núpcias a 16/05/1828 (igreja Católica, 1-5v) com Sebastian Ritter, viúvo de Anna Maria Schuch. Nicolau e Elisabeth geraram:
2-1 Peter Sonnet (Pedro Sonnet), n. Alemanha. Casou em São Leopoldo a 31/08/1833 com Elisabeth Dill, filha de Nicolau Dill, falecida em 1837. Pedro Sonnet casou em 2ªs núpcias em Alegrete/RS com Maria Bernardina de Mello, n. Belém, Salto, Uruguai, filha de José Constâncio de Mello e de Florinda Antônia. Houve de seus casamentos os filhos:
3-1 Cirino Sonnet (f.º do 2º casamento), n. 07/10/1844, Alegrete.
3-2 Clementina Sonnet, n. 08/12/1847, Alegrete.
3-3 Pedro Sonnet, n. 20/09/1848, Alegrete.
3-4 Militão Sonnet, bat, 28/05/1865, com 2 anos, em Uruguaiana.
2-2 Catharina Sonnet, n. 1808, Alemanha e falecida a 10/11/1894 em São Leopoldo, onde se casou a 27/04/1829 com Johannes Köche, pais de pelo menos nove filhos, nascidos em São Leopoldo. Encontramos, porém, Catharina "Soneta" batizando dois filhos com o marido Johannes "Gueger", também da Alemanha, filho de Johannes "Gueger" e Elisabetha "Raibin"? na Igreja Católica de Cachoeira do Sul: Ludovina, n. 22/10/1832, bat. 21/11/1832 e Carlos, n. 04/01/1835, bat. 10/01/1835 em Cachoeira do Sul.
2-3 Elisabeth Sonnet, n. 1819, Daxweiler. Casou em 1ªs núpcias a 07/07/1839 em São Leopoldo com August Ludwig Weinmannfilho de João Guilherme Weimann e Maria Christina Maier, gerando pelo menos 4 filhos, em São Leopoldo. Casou em 2ªs núpcias na mesma cidade a 22/04/1871 com Johann Christian Fischer (n. 24/03/1810 em Ratzburg, Alemanha e falecido a 09/11/1876 em São Leopoldo), viúvo de Anna Maria Roos.
2-4 Bartolomeus Sonnet, n. 1820, Kreuznach ou Wellstein, Alemanha. Casou a 21/10/1843 em Cachoeira do Sul/RS, com Christina Feldmann, n. 08/04/1827, São Leopoldo, filha de Philipp Feldmann (n. 1781, Grünberg, Hessen, Alemanha e fal. 02/01/1852, Santa Maria) e de Maria Christine Kräuter (n. 1787, Grünberg, Hessen, Alemanha e fal. 28/03/1874). Após o falecimento de Bartolomeu, sua viúva casou em São Leopoldo a 07/12/1858 com Johann Holzbach, nascendo deste consórcio, dentre outros, a filha: Christina Holzbach depois casada com Wilhelm Fischer, já citados neste blog: http://pufal.blogspot.com/2008/10/os-fischer-i.html). Bartolomeu foi sapateiro em Cachoeira do Sul e Santa Maria, deixando ao menos duas filhas conhecidas:
3-1 Carolina Luísa Sonnet, n. cerca de 1840/1850, provavelmente em Cachoeira do Sul e faleceu a 28/12/1886 em Santo Ângelo/RS (sua mãe é dada às vezes como Carolina Sonnet). Casou-se com Johann Jacob Albrecht (João Jacó), n. cerca de 1837 em Niederlinxweiler, Alemanha, falecido a 11/08/1892 em Santo Ângelo/RS, cuja ascendência pode ser conferida neste blog, em http://pufal.blogspot.com.br/search/label/fam%C3%ADlia%20Albrecht, deixando onze filhos:
4-1 Henrique Otávio Albrechtn. em torno de 1863 e f. a 13.07.1931, aos 67 anos, distrito missioneiro de Entre-Ijuís. Casou em 08.06.1884, Santo Ângelo/RS, com Rosalina Fuchs, filha de Felipe Fuchs e Joaquina Francisca dos Santos. Residentes em São Nicolau/RS.
4-2 Carlos Mena Albrecht, n. 04.01.1866, Santo Ângelo e fal. a 27.06.1925, em Montevidéu, Uruguai, casado a 29.04.1911 em Montenegro/RS com Maria Davina Daudt, nascida a 23.08.1885, Montenegro/RS, onde fal. a 23.4.1926, filha de Frederico Daudt e Rita Martins da Rocha (com descendência descrita em: http://freepages.genealogy.rootsweb.ancestry.com/~korndorfer/daudt_genealogia.htm). Com geração descrita em http://pufal.blogspot.com.br/search/label/fam%C3%ADlia%20Albrecht.
4-3 Rosalina Albrecht, nascida em 22.5.1868, casada com Gabriel João Beck que nasceu em 25.9.1878 e faleceu em 22.4.1923 Santo Ângelo/RS, filho de Margarida Beck. Com geração descrita em http://pufal.blogspot.com.br/search/label/fam%C3%ADlia%20Albrecht.
4-4 Christina Albrecht, n. em torno de 1870 e f. a 1º.04.1897, São Borja/RS. Casada com Gabriel João Beck, n. 25.09.1878 e f. a 22.04.1923, Santo Ângelo/RS, filho de Margarida Beck. Moradores de Cruz Alta/RS. João Gabriel casou em 2º matrimônio com a cunhada Rosalina Albrecht. Com geração descrita em http://pufal.blogspot.com.br/search/label/fam%C3%ADlia%20Albrecht.
4-5 Leopolda Albrecht, nascida 25.11.1872, Santo Ângelo/RS, onde se casou em 1895, com Carlos Fuchs, nascido em 18.8.1868, Santo Ângelo/RS, onde faleceu em 11/1/1913, filho de Pedro Fuchs (ver família de Pedro Fuchs) e Catharina Fuchs. Casal sem descendência. Leopolda casa em 2º matrimônio, aos 43 anos em 18.3. 1916 com Ernesto de Aguiar Kruel, 42 anos (fora casado anteriormente com Rosalina Baptista Kruel com quem teve 5 filhos), filho de Christiano Kruel Sobrinho e Zelinda de Aguiar Kruel (v. família Kruel em Família Kruel: http://familia-kruel.blogspot.com.br/). Casal sem descendência.
4-6 Júlio Albrecht, n. 18/08/1874, Santo Ângelo, onde casou em 1896 com Ernestina Cassel, nascida em 2.1.1874, Santo Ângelo/RS, filha de João Cassel nascido em São Leopoldo, católico, e de Anna Biermann nascida em 29.5.1847, São Borja/RS, onde foi batizada em 29.5.1848, n.p. José Cassel e Catharina Elisabetha (Isabela), n.m. João Henrique Biermann e Henriqueta Kruel. Pais de:
5-1 Eurico Albrecht, nasceu em 23.1.1897, Santo Ângelo/RS, onde se casou em1920 com Octacilia Fernandes Maia, nascida em 25.10.1898 filha de Galdino Luiz Fernandes que nasceu em 29.6.1868 e Elisa Fernandes Maia que nasceu em 25.8.1880.
5-2 Amadilda Albrecht, n. 16/04/1900, Santo Ângelo/RS, onde faleceu em 26.2.1987. Casou no mesmo município em 23/09/1922 com Ernesto Cardoso de Aguiar (v. família Cardoso de Aguiar neste blog) filho de Delphino Cardoso de Aguiar falecido em 2.7.1915 e Henriqueta Kruel de Aguiar (v. família Kruel em http://familia-kruel.blogspot.com/). Os avós paternos de Ernesto C. de Aguiar foram João Cardoso de Aguiar e Rosa Constancia da Silva Machado. Seus avós maternos foram Frederico Kruel e Generosa Quaresma. O casal deixou 3 filhos:
6-1 Cyrene Albrecht Aguiar, nasceu em 20.6. 1923. Casou em 26.12.1942, Entre-Ijuis, distrito de Santo Ângelo/RS, com Leonardo Martins Lubini, nascido em 12.10.1917 em São Luiz Gonzaga/RS, RS e falecido em 14.6.1968Entre-Ijuís, filho de Leonardo Lubini e Josefina Lubini. 2 filhos.    
6-2 Delphino Cardoso Aguiar, nasceu 3.7.1930, Entre-Ijuis e faleceu em 29.4.2001, Santa Maria/RS, tendo exercido o Apostolado Marista em Livramento, Cruz Alta (Ginásio Cristo Redentor), Getúlio Vargas, Erechim, Passo Fundo (Instituto Marcelino Champagnat), Uruguaiana, São Gabriel, Santa Maria. Foi diretor Interino do Colégio Cristo Rei de Getúlio Vargas/RS, 1964.
6-3 Júlio Cardoso Aguiar, n. 17.4.1933 e faleceu em17.4.1934.
5-3 Alcides Cassel Albrecht nasceu em 3.4.1902 e faleceu em 21.4.1949, casou com sua prima Gasparina Romy Albrecht Chamum, nascida em 14.2.1898 e falecida em 23.10.1972, filha de Miguel Chamun, libanês e Amantina Albrecht. Pais de dois filhos.
5-4 Hilda (Dica) Cassel Albrecht casada com Dorival Mello.
5-5 Colotario Cassel Albrecht casado com Maria (Marica).
5-6 Gomercindo Cassel Albrecht casado com Adi.               
5-7 Armando Cassel Albrecht casada com Juvência.                     
4-7 Ana Albrecht, n. 30.06.1876, bat. 15.08.1876, Santo Ângelo/RS, tendo como padrinhos João e Anna Cassel. Ana faleceu a 24.11.1957, às 05 horas, Inhacorá/RS, doméstica, aos 81 anos. Casada em 1896, 2º distrito de Santo Ângelo, comLibindo Rolim de Moura, n. 22.11.1872, Santo Ângelo/RS, onde faleceu a 23.08.1932, filho de Vidal Rolim de Moura e Francelina Rolim dos Reis. Os avós paternos de Libindo foram Bento Rolim de Moura e Eufrásia Florisbela Taborda. Seus avós maternos foram Amâncio Antônio dos Reis e Maria Joaquina Côrtes Taborda. O casal Ana e Libindo teve oito filhos: Ibanez, João, Jenny, Concórdia, Celeste, Romy, Vilma e Oliva. Com geração descrita em http://pufal.blogspot.com.br/search/label/fam%C3%ADlia%20Albrecht.
4-8 Amantina Albrecht, nascida em 9.8.1878, Santo Ângelo/RS, onde se casou em 1896, aos 18 anos com Miguel Chamum, 26 anos, natural de Beirute/Síria, filho de Isahy Chamum e Milani Suffi. Pais de:
5.1 Gasparina Romy Albrecht Chamum, n. 14.2.1898, Santo Ângelo e fal. a 23.10.1972. C/c seu primo Alcides Cassel Albrecht, acima citados.
5.2 Benicio Chamum, nascido em 13.4.1899, Santo Ângelo/RS, onde irá casar-se em 1926, com sua prima, Rony Rolim de Moura, nascida em 22.6. 1910 no 2º distrito de Santo Ângelo/RS, filha de Libindo Rolim de Moura e Anna Albrecht.
4-9 Concórdia Albrecht n. 25.02.1882 e f. 26.4.1980. Casou em 1908, Santo Ângelo/RS, com Henrique Grass, n. 23.03.1882 e f. 27.07.1947, filho de Carlos Frederico Grass (Carl Friedrich Kras[5]) e Maria Eva Hoffmann, neto paterno de Johann August Moritz Kras (João Augusto Maurício Krass) e Catharina Dorothea Poesch, nascidos na Alemanha, e neto materno de Johann Philipp Hoffmann e Maria Magdalena Zimmermann, nascidos na Alemanha.
4-10 Guilhermino Albrechtn. em torno de 1882, comerciante. Casado em 1914 com Emília Demétrio Beck, n. em torno de 1887, filha de Matheus Beck Sobrinho e de Carlota Demétrio Beck. Os avós paternos de Emília foram Jacob Beck e Emília. Neta materna de Antônio Demétrio Machado (f. 13.05.1864, Palmeira das Missões/RS), e de Ana Francisca de Oliveira.
4-11 Celina Albrecht, n. em torno de 1885.
3-2 Juliana Luíza Sonnet, n. 23/05/1844 em Cachoeira do Sul ou Santa Maria. Casou em 1ªs núpcias a 28/10/1860 em Santa Maria, com Manuel Corrêa Ferreira da Silva, n. 08/12/1827, Capela de Santana/RS e falecido a 02/03/1866, Santa Maria, filho de José Corrêa Ferreira da Silva e de Maria do Carmo de Santo Antônio (já citados neste blog: http://pufal.blogspot.com/2008/07/corra-da-silva-iii.html). Casou em 2ªs núpcias na igreja evangélica de Porto Alegre, a 09/06/1868, com Johann Adam Weber, n. 22/12/1834, Hildesheim, Hessen, Alemanha, barbeiro de profissão e residente em Santa Maria, filho de Jacob Weber e de Anna Maria Bambach. Houve do primeiro casamento três filhos e, do segundo, no mínimo, dois filhos, que seguem:
4-1 Josefina Corrêa da Silva, n. 10/01/1862, Santa Maria/RS, e falecida a 21/06/1954 em Porto Alegre, onde casou com o francês (Jules) Gustav Maynard, nascido a 12/04/1856 em Rompsay, Perigny, La Rochelle, Charente-Maritime, França, tendo falecido em Paris em 24/10/1929. Houve desse casamento sete filhos.
4-2 João Corrêa Ferreira da Silva, o conhecido “João Corrêa”, foi grande figura histórica, tendo sido prefeito de Canela, São Leopoldo e Novo Hamburgo e empreendedor de várias estradas de ferro no Rio Grande do Sul, juntamente com o irmão Agnello. Dá nome às ruas de várias cidades do Vale do Rio dos Sinos. João nasceu a 17/02/1863 em Santa Maria, tendo falecido a 16/03/1928 em São Leopoldo. Foi casado com Maria Luiza Frederica Burmeister com quem teve nove filhos. De outro relacionamento com Bertha Hoffmann houve mais seis filhos.
4-3 Agnello Corrêa da Silva, n. 30/12/1864, Santa Maria, onde casou com Amália Paust, ali nascida em 1871, filha de Henrique Paust e de Ernestina Rampina Picolli. Agnello foi engenheiro e sócio de seu irmão João. Teve oito filhos.
4-4 José Frederico Weber, n. 1869 em Cachoeira do Sul, casando-se a 05/08/1890 em Lomba Grande (São Leopoldo, hoje Novo Hamburgo) com Maria Emília da Silva, filha de Francisco José da Silva e de Anna Maria Rick.
4-5 Albino Hilário Antônio Weber, n. 16/05/1879, São Leopoldo.
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FONTES:
- Arquivos pessoais de: Diego de Leão Pufal, Gilson Justino da Rosa, José Antônio Brenner, Nelson Soares Keffer e Zélce D. Mousquer e Jacintha Kruel de Almeida.
- Família Kruel em: http://familia-kruel.blogspot.com/
- HUNSCHE, Carlos H. e ASTOLFI, Maria. O Quadriênio 1827-1830 da Imigração e Colonização Alemã no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: G&W Artes Gráficas, 2004.
- ROSA, Gilson Justino da. Imigrantes alemães 1824-1853. Porto Alegre, EST, 2005.

terça-feira, 30 de março de 2010

Franceses no RS: os Horeau (Horeaux)


Franceses no RS: Horeau
(Horeaux ou Horeau, 
com informações da família Mallet)

Autoria de Diego de Leão Pufal

[Esta publicação pode ser utilizada pelo(a) interessado(a), desde que citada a fonte: PUFAL, Diego de Leão. Franceses no RS: Horeau (Horeaux ou Horeau), in blog Antigualhas, histórias e genealogia, disponível em http://pufal.blogspot.com.br/]
[publicado em 30/03/2010]
[atualizado em 12/05/2018]

Os Horeau (em alguns registros: Horeaux; Moreaux ou Moreau) se estabeleceram na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, no ano de 1835, com a vinda dos irmãos Antoine e Alexis Horeau, ambos filhos de Jean Horeau e Therese Clarie Sarrazim.     
Os irmãos foram alfaiates, assim como o pai, e sócios de um negócio de fazendas e armarinhos, localizado na então Rua da Praia, n.º 20 (hoje Avenida dos Andradas) no centro de Porto Alegre, possivelmente entre as décadas de 1830 a 1860.
Ambos foram casados, deixando descendência, a qual passo a reportar-me:
1. Jean Horeau (Horeaux), nasceu a 15-07-1767 em Chollet, departamento de Maine-et-Loire, França, filho de Joseph Horeau ou Haureaux ou Horreaud e Françoie Piet (conforme pesquisas de Leandro Ramos Betemps). Jean foi alfaiate e casou em 19 Floreal ano 3, na cidade de Pons, departamento de Charent-Martiime com Therese Claire Sarrazim (Clara Sarrazin), nascida em Pons a 12-08-1772, filha de Mathieu Sarrazin e Therese Gemon. Jean e Clara foram pais, ao menos, de  Antoine e Alexis, que seguem:
2.1 Antoine Horeau (no Brasil: Antônio Horeau), nasceu a 16-05-1797 na freguesia de Recobet (sic) ou Recolete, cidade de Pons, Charante-Maritime, França, e faleceu a 07-06-1840 em Porto Alegre, RS, Brasil.
Antônio Horeau em 01/06/1836 requereu carta de residência em Porto Alegre, quando declarou ser alfaiate, tendo sido assim qualificado: estatura regular, cabelos quase todos brancos, olhos pardos, nariz e boca regular, barba cerrada e com cabelos brancos. Chegou na cidade em março de 1835 vindo da França, tendo residido em Porto Alegre há anos, de onde saiu em 1835 para França e outros portos de onde ultimamente voltou e disse morar na Rua da Praia (Revista do IHGRS, n.º 137, ano 2002 , p. 171) (APRS, E. 30, maço 15, n.º 1084).
Casou-se a 06-01-1828 na Igreja de N. Sra. Madre de Deus de Porto Alegre (Catedral) com Delfina Cândida da Fonseca Barandas, nascida em Porto Alegre a 08-10-1803, bat. 16-10 (Catedral, livro 4, pág. 199v), filha de Joaquim da Fonseca Barandas (nascido na vila do Carapito, Bispado de Pinhal, Portugal e falecido a 30-08-1849 em Porto Alegre) e de Ana Felícia do Nascimento (falecida a 30-03-1826 em Porto Alegre), neta paterna de Diogo da Fonseca Barandas e Paula Jacinta de Figueiredo, neta materna de Manuel Garcia e Josefa Maria.
Delfina Cândida da Fonseca Barandas foi irmã da conhecida professora Ana Euridice Eufrosina de Barandas, uma das primeiras mulheres gaúchas a publicar um livro, ainda no ano de 1845, denominado "O Ramalhete ou Flores Escolhidas no Jardim da Imaginação", cuja obra e biografia foram publicadas em 1990 pela Editora Nova Dimensão, EDIPUC, com notas da historiadora Hilda Agnes Hübner Flores.
Conforme aponta a prof.ª Hilda Flores (O Ramalhete, p. 26), Antônio Horeau se divorciou de Delfina Barandas, tendo esta e seu novo companheiro, Agostinho Duclós, mudado-se para a cidade de Rio Grande e depois para Marselha, na França.
Com a separação do casal, Antônio teria passado a viver com Vicência de Tal, com quem não deixou filhos, apenas de sua primeira união com Delfina, que seguem:
3-1 Clarinda Horeau, nasceu a 04-08-1830 em Porto Alegre, onde foi batizada a 08-09-1830, tendo falecido em 1846 em Rio Grande, ao que parece solteira.
3-2 Maria Aurora Horeau, nasceu a 01-06-1832 em Porto Alegre, onde foi batizada a 15-07-1832 e faleceu a 25/07/1887, de tuberculose, então residente na Rua General Victorino, n.º 41. Segundo a prof.ª Hilda Flores, Aurora teria casado a 03-04-1850 em Marselha, na França, com o comerciante Arthemon Marie Mazeron. "Este veio a Porto Alegre buscar a herança da mulher, da cunhada falecida e aque Delfina deu de dote à filha: dinheiro e quota do sítio Belmonte, terras vendidas a terceiros (...). Aparentemente a família Duclós cortara raízes com o Brasil, mas a documentação mostra que o casal Mazeron, com seis filhos, retornou a esta boa terra, onde o chefe faleceu em 1868 (...) e Aurora, a discípula da tia escritora [Ana Eurídice E. de Barandas], em 1886, deixando inventário insignificante economicamente (...)" (O Ramalhete, p. 29).
Arthemon faleceu a 06/03/1872 em Porto Alegre.
O casal Maria Aurora e M. Arthemon gerou, no mínimo, os filhos: a) Maria Noely Mazeron, n. 03/09/1860, Porto Alegre, onde fal. 08/04/1869; b) Maria Edith Mazeron, n. Porto Alegre, onde se casou a 10-10-1897 com Gabriel Francisco de Oliveira, filho de Gabriel Francisco de Oliveira e Antônia Josefina, com quem teve, no mínimo, as filhas: Maria Alice de Oliveira, n. 12-07-1898, Porto Alegre (sic) e Maria Almaide de Oliveira, n. 10-03-1898, Porto Alegre (sic), e c) Arthemon Mazeron, n. Porto Alegre, onde se casou a 2-5-1885 com Maria Mathilde Hasslocher, filha de Germano Hasslocher e Maria Durand. O casal Arthemon e Maria Mathilde geraram a: Gastão Mazeron, n. 1886, Porto Alegre; Ida Hasslocher Mazeron, n. 1892, Porto Alegre (casada com Napoleão Bina Fonyat, de Bagé/RS) e Cecília Mazeron (n. 1896, Porto Alegre).
2-2 Alexis Horeau (no Brasil: Alexandre ou Aleixo Horeau), nasceu a 14-11-1798, na cidade de Pons, no Departamento de Charente-Maritime, França, de onde emigrou em 1835 com o irmão Antoine, sua esposa e duas filhas. Alexis faleceu aos 62 anos de idade a 20/06/1871 em Porto Alegre, quando residente na Rua General Silva Tavares (Rua da Bragança), n.º 7.
Em 1º-06-1836, em Porto Alegre (APRS, E. 30, maço 15, n.º 1084), Aleixou Horeau matriculou-se na qualidade de estrangeiro, declarando ser de nação francesa, natural de Pons, casado, 38 anos, estatura regular, testa dita, olhos castanhos escuros, nariz regular, boca dita, sobrancelhas pretas, barba cerrada, queixo regular, vivia de seu ofício de alfaiate e morava na Rua da Praia, casa n.º 20. Veio para o Brasil em 1835, chegando em Porto Alegre em março de 1835, vindo da França. (Revista do IHGRS, n.º 137, ano 2002 , p. 171).
Já 1842, Alexis Horeau (Alexandre Horeau) declarou ser natural da França, de idade 41 anos, solteiro (sic), alfaiate, negociante, residir na Rua da Praia, e ter chegado a 24/01/1835 no Brigue Banarth, vindo direto de Marselha. Era de estutura alta, cor clara, cabelos pretos e brancos, olhos castanhos, nariz grande, boca regular, rosto redondo (AHRS, Livro de Matrícula de Estrangeiros, 1842-1843, Porto Alegre, Fundo da Polícia).
Em 01-10-1867, conforme escreveu Armindo Beux (Franceses no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Metrópole ed., 1975, p. 41), Alexis Horeau foi um dos fundadores da Société Française de Bienfainsance de Porto Alegre.
Alexis Horeau casou-se ainda na França, talvez em Marselha ou em sua cidade natal (Pons) com Desidérie Victória Sellot, lá nascida, emigrada para o Brasil com as filhas pelo ano de 1842, mas talvez tenha falecida em Marselha. Deste casamento encontraram-se apenas duas filhas:
3-1 Irma Clara Horeau ou Clarinda Horeau, nasceu no ano de 1822, talvez em Pons, na França e faleceu a 19-05-1868 em Porto Alegre, de gangrena aos 46 anos de idade. Casou-se em Porto Alegre a 22-10-1843 com o também francês Jean-Baptiste Constant Mallet (Constante Mallet ou Constâncio Mallet), nascido em 1812 na França e falecido a 25-09-1867 em Porto Alegre (testamento no Arquivo Público do RS sob o n.º 1753, maço 68, ano 1867, Cartório da Provedoria).
Em seu testamento, Constant Mallet cita a esposa como sendo Irma Clara Moró (Moreau). Assim como seu sogro, Constante Mallet foi alfaiate, possivelmente exercendo a profissão com Alexis Horeau. Era filho de Jean-Baptiste Mallet e Catarine Banidey ou Baucky (sic).
Em 1843, quando se procedeu a habilitação de casamento de Constante e Clarinda (AHCMPA, proc. 10/1843, caixa 227), ele declarou que saiu de sua pátria no ano de 1841, indo para Montevideu, no Uruguai, e dali para Porto Alegre.
O casal teve cinco filhos:
4-1 Teresa Constança Mallet (Constança Mallet), nasceu a 15-10-1845 em Porto Alegre, onde faleceu possivelmente no estado de solteira. Em 1874 foi madrinha de batismo do sobrinho Carlos Afonso Mallet.
4-2 Pedro Afonso Mallet, nasceu 18-03-1851, bat. 27-01-1852, Porto Alegre (Catedral), onde se casou (I) a 14-02-1874 com Henriqueta Alvarina Rolim ou Henriqueta Coelho da Silva, nascida cerca de 1848 e falecida em Porto Alegre a 24-07-1897, possivelmente em consequência do parto de sua última filha Arminda. Alvarina ao casar com Pedro Afonso era viúva de Antônio Coelho Teixeira da Silva (falecido a 03-10-1872 em Porto Alegre, aos 42 anos, português) e filha de Luís Antônio da Silva Rolim e de Angélica Alvarina da Conceição. Após o falecimento de sua esposa, Pedro Mallet casou-se a segunda vez, em 1902 em Guaíba, onde passou a residir, com Benícia Ferraz, nascida em 1879, filha de Francisca Nunes Ferraz. Pedro Afonso teve dezoito filhos, sendo onze do primeiro casamento e sete do segundo:
5-1 Carlos Afonso Mallet (f.º do 1º casamento de Pedro Afonso), n. 14-11-1874 em Porto Alegre. Casou com Carlota Dubril, n. São Jerônimo/RS, localidade em que o casal residia e onde ele exercia sua profissão de marítimo. Carlota foi filha de Cândido Inácio Dubril (n. Porto Alegre) e Virgínia Francisca da Cruz (n. São Jerônimo), neta paterna do francês Claude Dubril e Damiana Maria da Conceição e neta materna de João Justino da Cruz e Epifânia de Almeida Conceição. Ali Carlos Afonso faleceu a 21-10-1918. O casal gerou, ao menos, seis filhos: 6-1 Osvaldo Afonso Mallet nascido em São Jerônimo, onde faleceu a 08/04/1979; foi casado duas vezes, tendo do segundo casamento as filhas Maria Luiza, Maria Ângela e Maria Salete Mallet, enquanto do primeiro, no mínimo o filho Alfredo Mallet; 6-2 Feliciano Mallet; 6-3 José Mallet; 6-4 Arminda Malle; 6-5 Benjamin Mallet [informações repassadas pela neta do Sr. Osvaldo, Juraci Mallet Miller Caldana] e 6-6 Maria Mallet, n. 07/04/1905 em São Jerônimo.
D. Amelina C. Mallet
5-2 Manuel Mallet, nascido a 07-10-1876 em Porto Alegre, tendo sido batizado a 23-04-1878 na Igreja de N. Sra. do Rosário. Faleceu antes de sua mãe, possivelmente não deixando descendentes.

5-3 José Berthier Mallet, bat. 26-07-1879, Porto Alegre. Em 1905, na fronteira, casado. Casou com Rita de Mendonça, com quem teve, ao menos, os filhos: 6-1 Darcírio Mendonça Mallet(casado com Maria da Conceição Machado e pais de três filhos, ao menos: Dilson, José Carlos e Maria Teresina); 6-2 Dulcílio Mallet, nascido em 23-03-1904, Porto Alegre; 6-3 Maria Mallet, nascida em 16-04-1910, Porto Alegre e, 6-4 Almira Mallet, nascida a 28-10-1914, Porto Alegre.
5-4 Frederico Mallet, n. 18-07-1880 em Porto Alegre, tendo sido batizado a 26-12-1880 na Igreja de N. Sra. do Rosário. Frederico faleceu antes de sua mãe, possivelmente não deixando descendentes.
5-5 Leonardo de Saint-Cyo Mallet, n. 13-02-1882, Porto Alegre. Em 1905 em Guaíba.
5-6 Benjamin Constant Mallet, bat. 14-11-1884, Porto Alegre. Em 1905 em Guaíba. Casou com Olívia Inácia Rolim, a qual acredito seja a mesma nascida a 26-03-1891 em Porto Alegre, filha de Luís Antônio Rolim e Ana Clara ou Inácia Neves - avós maternos de Benjamin Constant Mallet. Do casamento de Benjamin e Olívia houve, ao menos, três filhas: Diamantina Mallet, n. 09-02-1912 (onde se casou com Octaviano Pereira Dias); Doralina Mallet, n. 07-07-1913, Porto Alegre e Mercedes Mallet, n. 11-08-1914, Porto Alegre (onde se casou com Manuel Pedro Miller).
5-7 João Napoleão Mallet, n. 31-08-1885, Porto Alegre. Em 1905 em Guaíba.
5-8 Gomercindo de Saint-Brisson Mallet, n. 1889, Porto Alegre. Casou com Rita Clorinda, nascendo, ao menos: Clarindo Mallet, nascido a 03-02-1915, Porto Alegre e Adilis Mallet, nascido a 16-08-1916, Porto Alegre.
5-9 Amelina da Conceição Mallet, n. 08-12-1891, Porto Alegre. Foi casada com Marcelino Rodrigues Ramos. Segundo a neta de Amelina e Marcelino, Edilce Ramos Gonçalves - quem nos forneceu as fotografias deste ramo -, o casal gerou nove filhos:
6-1 Henriqueta Eliane Mallet Ramos (n. 1914 e fal. 1995, solteira); 
Henriqueta M. Ramos

6-2 Julieta Mallet Ramos (n. 1915 e fal. 1990 casou-se com ... Einloft, deixando um filho); 
6-3 Vanda Mallet Ramos (n. 1918 e fal. 1989, solteira); 
6-4 Edemar Mallet Ramos (n. 1919 e fal. 2007, casou-se a 18/04/1951 com Noemi Oliveira, gerando a Edilce, nossa informante, e Edison. Após Edemar casou-se novamente, deixando mais 5 filhos: Alberto, Nívia, Marcos, Edimar e Raquel. 

6-5 Dorival Mallet Ramos (n. 1917 e fal. 1981, c/c Noeli Rosa, deixando 3 filhos); 
6-6 Protásio Mallet Ramos (n. 1921 e fal. 1986, solteiro); 
6-7 Antônio Mallet Ramos, n. 1922 e fal. 1933, c/c Sônia Maria Santos, deixando 2 filhos); 
6-8 Ely Mallet Ramos (n. 1923 e fal. 1981 c/c Dirce Segatto, deixando um filho)
6-9 Edyr Ramos Mallet (n. 1932 e fal. 2003, c/c Leontina Manzzonni, deixando 3 filhos).
Edemar Mallet Ramos e Noemi
em 1951.
5-10 Boaventura de Saint-Clair Mallet, n. 1895, Porto Alegre, tendo sido batizado na Igreja de N. Sra. das Dores, onde casou a 14-07-1917 com Julieta Cândida de Souza, nascida em 1895, Porto Alegre, filha de Martin José de Souza e Cândida Viegas. Houve deste casamento, ao menos, três filhos: Mário Mallet, n. 07-04-1918; Valdemar Mallet, n. 29-03-1919 e Breno Mallet, n. 09-03-1920, Porto Alegre.
5-11 Arminda Mallet, n. 16-06-1897, bat. 03-08-1897 em Porto Alegre (batizada na Catedral) e possivelmente falecida em seguida.
5-12 Pedro Ferraz Mallet (f.º do 2º casamento de Pedro A.), n. 1909, Guaíba e fal. em 1980 em Porto Alegre. Casou-se com Maria Antônia Ramos Portuguez, n. Guaíba, e pais de cinco filhos: Waltonir, Ivone, Vicente, Rute e Jairo.
5-13 Francisco Ferraz Mallet, n. Guaíba.
5-14 Alvarino Ferraz Mallet, n. Guaíba.
5-15 Carlitos Ferraz Mallet, n. Guaíba.
5-16 Manuel Ferraz Mallet, n. Guaíba.
5-17 (...) Ferraz Mallet, n. Guaíba.
5-18 Otalírio Ferraz Mallet, n. Guaíba.
Protásio, Dorival, Ely e Edyr Mallet Ramos, filhos de
D. Amelina da Conceição Mallet e Marcelino Rodrigues Ramos,
acima citados.
4-3 Alexandrine Mallet, n. 28-05-1857, Porto Alegre. Casou-se a 04-05-1882 em Itaupã (Viamão/RS) com Miguel Coelho de Oliveira, n. Porto Alegre, filho de Boaventura José Coelho de Oliveira e Isabel Josefa. Após a família mudou-se para a cidade de Mariana Pimentel. O casal teve, ao menos, as filhas: Elmira Oliveira, nascida em 22-09-1887 em Porto Alegre, e Marieta Irma Luísa Coelho, casada em 21-05-1911 no Passo da Areia, Viamão/RS com Adelino de Fraga Guimarães, filho de Laurindo José da Costa Guimarães e Jesuína de Oliveira Fraga (segundo informações do pesquisador Vinícius Godoy).
4-4 Luísa Luciana Mallet, n. 23-09-1862, Porto Alegre.
3-2 Maria Clara Horeau, nasceu em 1835 na França e faleceu em 1919 em Porto Alegre/RS. Casou-se a 30-03-1857 em Porto Alegre (Catedral) com Édouard Corseuil (Eduardo Corseuil) [no casamento do filho Ivo o seu nome consta como Eduardo Corseiul de Barros, talvez fazendo referência ao local de nascimento na França], nascido em 1824 na França e falecido em 1864 em Porto Alegre/RS, filho de Yves Corseiul e Marie Antoine Pinard. Pais de:
4-1 Ivo Affonso Corseuil (em seu casamento consta como Ivo Affonso Corseuil de Barros), nascido a 21-03-1858 em Porto Alegre/RS, onde faleceu a 04-09-1933. Casou a 11-05-1878 em São José do Hortêncio/RS com Cecília Du Pasquier, n. 26-02-1859, São Leopoldo, filha de Eugen Du Pasquier (n. 1820, Neuchâtel, Suíça) e Eleonora Mathilde Monteiro. Ivo Affonso e sua esposa Cecília foram notáveis educadores em Porto Alegre, ambos estabelecidos com seus respectivos colégios na capital gaúcha, respectivamente "Colégio Ivo Affonso Corseuil", para meninos, de 1891, e "Colégio Cecília Du Pasquier", para meninas, conforme nos informa a descendente do casal e pesquisadora da família D. Maria Cecília Corseuil. O casal  Ivo Affonso e Cecília gerou a 6 filhos: Carlos Eugênio (1879/1920), Júlio Alberto (1883/1958), Ivo Affonso (1883/1922), Gustavo Eduardo (1886/1961), Ignácio (1889/1968) e Maria Cecília Corseuil (1894/1924, que fora casada com o Dr. Fernando Abbott Sobrinho).
***
FONTES e BIBLIOGRAFIA:
- Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, n.º 137, ano 2002;
- FLORES, Hilda Agnes Hübner (org.). O Ramalhete. Porto Alegre: Nova Dimensão (EDIPUC), 1990.
- BEUX, Armindo. Franceses no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Metrópole ed., 1975.
- Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul: inventários e talões do Registro Civil de Porto Alegre.
- Arquivo Histórico do Estado do Rio Grande do Sul;
- Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de Porto Alegre (AHCMPA): livros de batizados, casamentos e óbitos da Igreja Madre de Deus de Porto Alegre (Catedral) e N. Sra. das Dores, habilitações de casamento (proc. n.º 15/1828, caixa 187, de Antônio Horeau; proc. 10/1843, caixa 227, de Constant Mallet) e Arquivo do genealogista Jorge Godofredo Felizardo.
- Arquivos pessoais de: Diego de Leão Pufal, Eleonora Mallet, Juraci Malle Miller Caldana e Leandro Ramos Betemps e Maria Cecília Corseuil
- Agradecimento: Vanessa Gomes de Campos.