Poesias de Mário da Silva Brasil
Desde julho de 2008 venho veiculando
neste blog algumas poesias do meu bisavô Mário da Silva Brasil, as quais
foram escritas em sua grande maioria na década de 1910, na cidade de Porto
Alegre. Muitas delas foram publicadas nos jornais da época, já outras ficaram
registradas em seu caderno.
Para que as obras de Mário da
Silva Brasil não fiquem no esquecimento, disponibilizo mais uma de suas
poesias, preservando a escrita da época:
Teu coração
Não é sonho nem pérfida
utopia
O que agora me
arrojo a confessar-te,
Bem sei, nada com
isso has de importar-te,
Pois dirás que é
despeito e hyprocrisia!
E portanto, sem
laivos de ironia,
Mesmo que já
deixasse enfim de amar-te,
Quero agora em meus
versos relembrar-te
O que em teu
coração de falso havia.
Felizmente
sondei-o, pois te amei!
A principio, só
flores encontrei,
E depois, vi miragens
... Desde então
A esperança perdi,
e que tristura
Em teu rosto haver
tanta formozura
E um deserto em teu
pobre coração!
Santa
Maria, 1º-1-1912.