Poesias de Mário da Silva Brasil
Desde julho de 2008 venho veiculando neste blog algumas poesias do meu bisavô Mário da Silva Brasil, as quais foram escritas em sua grande maioria na década de 1910, na cidade de Porto Alegre. Muitas delas foram publicadas nos jornais da época, já outras ficaram registradas em seu caderno.
Para que as obras de Mário da Silva Brasil não fiquem no esquecimento, disponibilizo mais uma de suas poesias, preservando a escrita da época:
Cristo
Ó Tu, que estás
pendente de um madeiro,
Braços pregados
sobre a larga cruz,
Jorrando sangue de
teus membros nús
No suplico tremendo
e verdadeiro,
Morreste p'ra remir
o mundo inteiro,
Teu sacrificio a
isso nos induz;
Mas o povo que à
morte Te conduz
Inda Te néga, ó
Cristo verdadeiro!
E quantos outros
que Te conhecendo
E o teu corpo na
Hostia sempre vendo
Voltam-Te o rosto,
que infelizes são!
Mas teu amor é
grande, é infinito,
Perdôas sempre ao
coração contrito;
Meu Deus, como é
sublime o teu perdão!
Porto
Alegre, 1º-5-1949.