A FAMÍLIA PUFAL (III): as filmagens e fotografias de João Luiz Pufal
João Luiz Pufal, meu bisavô,
nasceu em 1892 em Alfredo Chaves, atual cidade de Veranópolis, na serra gaúcha,
estabelecendo-se ainda pequeno em Porto Alegre/RS com os pais, emigrantes
poloneses, em seu 4º Distrito.
João Luiz Pufal nos seus "vídeos" [1936/1937] |
Em 2008, ao tratar de sua biografia (http://pufal.blogspot.com/2008/07/joo-luiz-pufal-i.html), relatei um
pouco de sua vida, dando destaque às construções feitas por ele, por seu pai e
irmãos.
Após, em 2011, veiculei neste blog a
genealogia da família Pufal (http://pufal.blogspot.com/2011/02/familia-pufal-ii-origem-do-nome.html), pouco
mencionando, contudo, a paixão que João Luiz tinha pelas inovações.
Pedro, Beatriz, Julieta e Paulo Corrêa Pufal São Leopoldo/RS |
Foi assim que João Luiz, ao longo da
década de 1920, adquiriu uma máquina fotográfica que utilizava para retratar
suas construções, além de uma filmadora inglesa e o respectivo projetor.
Dizem que ele filmou,
em 8mm, inúmeros eventos na “movimentada” Porto Alegre de 1920/1940,
aniversários e ocasiões especiais com sua família.
Anos depois passava os
“vídeos” aos parentes, vizinhos e amigos, lembrando daqueles momentos e dos que
já se foram.
Era, à época, a
sensação da avenida São Pedro, além do rádio que tinha, toca-discos e outras
“parafernálias”, já que não havia televisão ou outra distração.
Mesmo
com a II Guerra Mundial, quando foi proibido falar o alemão e ter em casa obras
do gênero, sendo o rádio motivo de desconfiança por razões de espionagem, o que
muito repercutiu em Porto Alegre, a maior parte da história familiar foi
preservada.
Apesar de muitas
dessas filmagens terem se estragado em razão do tempo, algumas consegui
resgatar.
Julieta Corrêa Pufal (Julietinha) |
Julieta e Beatriz Corrêa Pufal - na Av. São Pedro |
Ao
assisti-las pela primeira vez, tive a emoção de ver, naqueles poucos minutos, o
meu avô, Pedro, com pouco
mais de seis anos, seus irmãos Paulo,
Julieta, Beatriz e Jorge Marcelino, assim como o próprio João Luiz, a minha
bisavó Julieta Corrêa Pufal,
seus sogros, os poloneses Jacob
Pufal e Emília Doppler Pufal, além de
vários outros parentes, como a tia Bertha
Mayer Corrêa (tia e cunhada
de Julieta Corrêa da Silva) e o tio Arthur
Corrêa da Silva (meio-irmão de Julieta), amigos e vizinhos.
Jacob Pufal |
Emília Doppler Pufal emigrou em 1890 da Prússia, atual território polonês |
Nestes
poucos trechos de filmagem recuperadas, os "personagens" andavam em
fila e em círculos, saindo pela porta dos fundos da casa de João Luiz Pufal, na
Avenida São Pedro, bem assim descendo alguma escada para que todos fossem
filmados. A maior parte, pelo visto, tinha certa vergonha de ser filmado, pois
caminhava bem rapidamente como se fugisse da câmera, com um sorriso meio
desconfiado.
Beatriz Corrêa Pufal [1937] |
O
mesmo não aconteceu com as minhas tias-avós, Beatriz Corrêa Pufal e Julieta
Corrêa Pufal, quando aquela dava os primeiros passos e esta a acompanhava.
Jorge Marcelino Pufal |
Há, ainda,
filmagens da Exposição de 1935, em comemoração aos 100 anos da Revolução
Farroupilha, realizada na várzea da Redenção e que levou à construção de
inúmeros prédios e agitou o Estado na ocasião. Com a exposição das indústrias e
produtos gaúchos, houve a distribuição de prêmios e presença de notáveis.
De muitas dessas
paisagens e pessoas, consegui recortar dos filmes algumas imagens espalhadas ao
longo do texto e, também, dois retratos das “docas” de Porto Alegre.
Julieta Corrêa Pufal |
Arthur Corrêa da Silva e Bertha Mayer Corrêa em São Leopoldo/RS |
Afora
isso, como referi, João Luiz fotografou inúmeras construções que a família
Pufal fez na capital gaúcha e locais que costumava passear, como São Leopoldo,
Veranópolis, Estrela e outros.
Alguns
prédios e locais se podem identificar, outros não.
Rosália Pufal casada que foi com Ricardo Jonas |
João
Luiz não se limitava às inovações tecnológicas, pois mantinha uma boa
biblioteca de muitas obras em alemão, português e francês, como livros,
revistas e enciclopédias, tanto na sua área de engenharia, como de assuntos
variados.
Grande parte da "tecnologia",
adquiria no comércio de Porto Alegre, na casa Bromberg e outras do gênero. O
restante, mandava importar, prática comum naqueles tempos.
João faleceu em 1957, em Porto Alegre.
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