quinta-feira, 1 de julho de 2010

Alemães no RS: Família Blanck



Alemães no RS: família Blanck
Autoria de Diego de Leão Pufal

[Esta publicação pode ser utilizada pelo(a) interessado(a), desde que citada a fonte: PUFAL, Diego de Leão. Alemães no RS: família Blanckin blog Antigualhas, histórias e genealogia, disponível em http://pufal.blogspot.com.br/]

[acréscimos, dúvidas e correções escreva para diegopufal@gmail.com]
[atualizado em 06-03-2015]



O sobrenome Blank (também Blanck) significa liso, brilhante, e pode ser encontrado em diversas regiões da Alemanha. Para o Brasil vários foram os ramos Blanck/Blank emigrados, mas aqui vou tratar de um em específico, o de Ludwig Peter Blanck.
Ludwig Peter Blanck (no Brasil: Luís Pedro Blanck ou somente Pedro Blanck) nasceu a 23 de novembro de 1853 na cidade de Probbernau, "Waler Kreis Danzig", na época Pomerânia, na Prússia. Atualmente, a cidade de Probbernau chama-se Przebrno, pertencente a Krynica Morska, Gdánsk, Polônia[1]. Ludwig Pedro foi filho de Peter Blanck e de Elisabetha Ewel, nascidos por volta de 1820 possivelmente em Gdánsk, evangélicos e não emigrados para o Brasil.
Ludwig Peter saiu de sua terra natal no ano de 1878, com 24 anos de idade, vindo diretamente para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, cidade em que viveu e faleceu a 05 de outubro de 1921, aos 68 anos, em decorrência de uma operação na bexiga (blase operation), tendo sido sepultado no cemitério da comunidade evangélica de Porto Alegre.
Por ocasião de seu casamento, Pedro Blanck teve que promover uma justificação de solteiro (processo n.º 335, ano 1884, caixa 314, AHCMPA), quando declarou ser marítimo de profissão e, como tal, ter feito diversas viagens em navio de guerra por todo o mundo.
Pedro Blanck casou-se a 20 de setembro de 1884 na Igreja Católica de Nossa Senhora do Rosário, em Porto Alegre, com Catharina Brücker, nascida a 19-07-1869 no Estado de Santa Catarina e falecida a 29-05-1945 em Porto Alegre, sendo filha dos alemães Heinrich Brücker e Elisabeth Müller, católicos.
Heinrich Brücker (Henrique Brücker) nasceu em 1847 na Alemanha e era filho de Heinrich Brücker e Elisabeth Leibuck (sic). Deve ter emigrado para o Brasil pelo ano de 1865-1868, estabelecendo-se em Santa Catarina, onde se casou com Maria Elisabeth Müller, também alemã, onde nasceu em 1850, e faleceu em Porto Alegre a 02-03-1915, sendo filha de Heinrich Peter Müller e Anna Elisabeth.
Em meados de 1875 a família Brücker mudou-se para Porto Alegre, já com dois filhos: Catharina (*1869, SC) e Henrique Brücker Filho (*1871, SC); aqui nasceram mais dois filhos: José Brücker, a 04-06-1877, e Elisa, a 05-05-1879. Já em 1881 encontrou-se o patriarca Heinrich Brücker como proprietário de um armazém de secos e molhados, de pequeno ou médio porte no Caminho Novo, atual Rua Voluntários da Pátria em Porto Alegre[2], estabelecimento que deve ter alienado, por não ter sido arrolado no seu inventário (autuado em Porto Alegre em 1901 - APRS). Heinrich faleceu a 30 de setembro de 1900 em Porto Alegre, deixando a viúva e três filhos: Catharina, Henrique e José, e os seguintes bens de raiz: um prédio na Rua Pontas de Paris (atual Rua Garibaldi), n.º 23, e um prédio na mesma Rua, n.º 04.
Do casal Pedro Blanck e Catharina Brücker foram encontrados dez filhos, todos nascidos em Porto Alegre e batizados, alguns na Capela de São José dos Alemães (hoje Igreja São José) e, outros, na Igreja de N. Senhora da Conceição, que seguem:
F1- Brunhilde Erna Edith Blanck, nascida a 04-01-1879 em Porto Alegre, conforme informação oral de sua filha (ressalta-se que teria nascido antes do casamento dos pais). Casou em Porto Alegre na Igreja N. Sra. dos Navegantes, com Hygino José de Andrade Filho, ali nascido, filho de Hygino José de Andrade e Alice. Pais de: Gladys de Andrade, nascida a 25-04-1935 em Porto Alegre, onde casou com João Carlos Duarte, gerando a José Carlos e a Rafael.
F-2 Pedro Alfredo Ricardo Carlos Henrique Blanck (no batismo, pois usava apenas Alfredo Blanck), nascido a 03-11-1884 em Porto Alegre e batizado a 05-08-1888 na Capela São José. Faleceu a 23-11-1935 em Porto Alegre. Não se sabe com quem casou e se teve filhos.
F3- Hermínia Maria Jacobina Isabel Blanck (no batismo, pois nos demais registros apenas: Hermínia Blanck), nascida a 27-08-1886 em Porto Alegre e batizada a 05-08-1888 na Capela São José. Casou-se a 18-04-1918 na igreja evangélica de Porto Alegre com o comerciante Wilhelm Braescher (Guilherme Braescher), nascido a 16-01-1884, Porto Alegre, filho de Luiz Braescher e Anna Stumpf. Deste casal foram encontrados 4 filhos: Helena, Irma, Ruy Braescher e Norberto Luiz Braescher.
F-4 Carlota Blanck, nascida a 02-11-1889 em Porto Alegre, onde faleceu a 12-12-1946. Ali se casou com Jorge Elias Filho, nascido em 1886 na cidade de Graz, Àustria e falecido em 1957 em Porto Alegre/RS, filho de Jorge Elias e de Ana Gassner, austríacos, neto paterno de Peter Elias e Teresa e, maternos, de Johann Gassner e Anna. Jorge Elias, esposa e filhos emigraram para o Rio Grande do Sul, vindos da Áustria, estabelecendo-se em 1892 na cidade de Ijuí, vindo após para Porto Alegre, conforme informações do descendente Nelson Elias. Pais de três filhos: Jorge Nelson Elias, Doroth Elias Staudt e Cláudio Elias.
F5- Otília Blanck, nascida a 27-08-1890 em Porto Alegre e batizada a 24-11-1894 na igreja de N. Sra. da Conceição. Conforme informações de Glayds de Andrade, Otília casou-se em Porto Alegre, tendo três filhos: Lino, Enelida e Luís.
F6- Mathilde Blanck, nascida a 20-09-1892 em Porto Alegre e batizada a 27-08-1890 na igreja de N. Sra. da Conceição. Em 1911 foi madrinha de batismo de Ondina Brücker, sua prima, quando ainda era solteira. Faleceu em Porto Alegre a 28-04-1933, onde se casou em maio de 1914 com Carlos Francisco Bechstedt, n. São Paulo.
F7- Luiz Waldemar Blanck, nascido a 05-10-1894 em Porto Alegre e batizado a 24-11-1894 na igreja de N. Sra. da Conceição. De acordo com sua neta, Maria Lúcia Blanck Coimbra, Luiz Waldemar casou-se (I) com Mathilde Carolina Müller, com quem teve um único filho: Herberto Rolfe Miller Blanck. Depois, Luiz Waldemar casou-se (II) com Célia Cunha.
F8- Richard Rudolph Edmund Blanck (no batismo, pois era conhecido como Edmundo Blanck), nascido a 23-12-1896 em Porto Alegre e batizado a 25-12-1898 na igreja de N. Sra. da Conceição, e falecido em Porto Alegre, onde faleceu a 16-05-1983. Ali casou a 03-07-1926 (na Av. Lobo da Costa, n. 11, em Porto Alegre - casa de F. Max Rapp, construída em 1915/1916 por Rudolf Ahrons) com Maria Bertha Hedwig Rapp, nascida a 11-06-1899 em Stuttgart, Württemberg, Alemanha e falecida a 17-03-1987 em Porto Alegre, filha de Friedrich Max Rapp e Maria Schmollinger, ambos de Stuttgart (Friedrich e Maria foram pais ainda de: Elsa Frida Rapp, nascida a 09-12-1900 em Stuttgart e casada em 1927 em Porto Alegre com Richard Teschner). Edmundo e Maria foram pais de dois filhos: Lori Blanck (c/c Paulo Corrêa Pufal, meu tio-avô - referidos em: http://pufal.blogspot.com/2011/02/familia-pufal-ii-origem-do-nome.html) e Leo Luiz Blanck (c/c Sezalda de Mello).
F9- Maria Elisabeth Blanck (no batismo: Alice Elisabeth), nascida a 04-02-1900 e bat. 29-09-1915 em Porto Alegre, na capela de São José dos Alemães, onde se casou a 20-10-1924, na igreja de N. Sra. dos Navegantes, com Vendelino Vescovi, nascido em 1900 no RS, filho de José Vescovi e Carolina. Sem mais notícias.
F-10 Oswaldo Blanck, nascido em Porto Alegre. Sem mais notícias.
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Notas:
[1] Gdánsk é um importante porto no mar Báltico e teve, ao longo dos séculos, em mãos da Polônia, Prússia e Alemanha. No século XII fazia parte de Wloclawek, Polônia; já no século XVIII, por volta de 1770, os alemães dominaram o local, quando passou a fazer parte da Prússia Oriental com o nome Danzig em 1793, situação que perdurou até 1807, quando Napoleão Bonaparte tornou-a independente novamente. Porém, com a I Guerra Mundial, com a divisão da Polônia, voltou a ser parte da Prússia até 1919 que, com o Tratado de Versalhes, passou novamente à Polônia, com o nome de Gdánsk.
[2] GANS, Magda Rosvita. Presença Teuta em Porto Alegre no século XIX - 1850-1889. Porto Alegre: UFRGS, 2004, p. 55.